quinta-feira, abril 28, 2005

Reflexão

Uma reflexão sobre os homens e suas relações com a natureza, é triste ver vidas serem destruídas por vaidade e luxúria, ainda mais quando estes seres são inocentes e não teem como se defender diante do que o homem chama da arma.
Quando foi inventado a pólvora, seu inventor tinha muito orgulho do que acabara de criar, até tomar consciência do rumo que o mundo tomaria dalí para frente, após esta reflexão, Nobel amaldiçoou o seu tão aclamado invento e dedicou-se à filantropia por causa do aterrador uso da sua criação, o prêmio Nobel da paz nasceu a partir de toda a riqueza que este nobre senhor acumulou, pois esta mesma fortuna ele usou para amainar o impacto da sua pólvora na sociedade moderna.
A tecnologia é muito bem vinda quando se é usada de uma maneira sustentável, pois temos que zelar pelo nosso lar que é a Terra, e temos a tarefa primordial de cuidar de toda criação que Deus fez e viu que era muito boa! Refletir é sempre bem vindo...
Boa Noite à todos!!!

...

P.S. Tomara que finalmente se proíba o comércio de armas aqui no Brasil, chega de se perder vidas por causa desta covarde ferramenta, mas, sinceramente, isso não é garantia de menos volência no país, pois o comércio de narcóticos apesar de ser proibido, o seu lucro é cada vez maior a cada ano que se passa!

As Três Gaivotas Brancas

Imagem - Nancy Werner
As Três Gaivotas Brancas - Mara Morelli
Existiu a muito tempo atrás, três gaivotas brancas, isso mesmo, brancas. Elas voavam tão alto e com tanta beleza, que todos entortavam os pescoços para admirá-las. Certo dia, alguns homens montados em cavalos, apontaram as suas armas de fogo e atiraram nas gaivotas brancas reduzindo-as a alvos banais. Elas caíram sobre o solo uma a uma como pacotes de brindes vindos do céu... Eles sorriam e diziam: peguei, peguei! Os seus olhares de vitória se misturaram às penas brancas cobertas de vermelho. O céu ficou ali, parado, emudecido, tonto... estarrecido! O céu não podia acreditar... O azul ficou tão pálido que pensou ter sido atingido e sentiu-se baleado. Tanta beleza, tanta alegria, tanta dança... Acabaram... Mortas... Por nada, NADA! Eles os homens, deixaram ali, sem vida, os seus troféus. E caídas permaneceram até que o céu muito triste chorou. Suas lágrimas lavaram o vermelho, levando junto com o branco a alegria. Alegria que jamais homem algum poderá trilhar com o seu corpo, no corpo celeste. Ainda com muita dor, o firmamento assim bem alto gritou:"O HOMEM DESTROI O QUE NÃO COMPREENDE!".

quarta-feira, abril 27, 2005

Loreena Mckennitt

Loreena Mckennitt
Quem nunca ouviu esta exímia artista na arte de cantar, está perdendo e muito, pois sua voz é única, em todo o sentido que essa palavra possa ter, e suas músicas são belíssimas, além de seus arranjos serem profundos, assim é Loreena Mckennitt, que tem por berço as terras do Canadá.
Ela muito mais que uma cantora com uma bela voz, Loreena é uma artista completa, sua obra é caracterizada pela extensa pesquisa da cultura celta em seus diversos estágios e em diversos países da Europa, recolhendo e tratando com simplicidade a cultura deste povo, assim como suas músicas, seus contos populares e suas histórias, Loreena transforma todo esse conteúdo em música de pura qualidade, digo pura porque assim o é quando cala a nossa voz e embala os nossos ritmos, esse é o resultado que se observa em cada álbum lançado pelo selo de sua própria gravadora, a "Quinlan Road".
Há uns tempos atrás ganhei de presente um cd maravilhoso da Loreena Mckennitt, o álbum "Mask and Mirror", que tem tudo da melhor qualidade em se falando de música folclórica, oito faixas ilustram o espiritualismo existente na região dita austral, no período medieval, presente nas cruzadas através dos continentes, nos mercados populares, como o de Marrakesh, ou nos mágicos destinos da peregrinação de fieis pelo caminho de Santiago de Compostela. Nenhum artista trabalha com tanto rigor por um trabalho ilustre como a canadense Loreena, ela é o tipo de cantora que eu gostaria que todas as pessoas ouvissem e apreciassem a sua música de qualidade.
A musicalidade é um poema num ritmo próprio, a canção consegue chegar até a alma mais do que qualquer outra arte, e é isso o que sinto quando ouço música de verdade, quando ouço Loreena Mckennitt!

quinta-feira, abril 21, 2005

Folhas de Outono

"Autumn Window"
Autumn Leaves - Johnny Mercer

The falling leaves, As folhas que caem
Drift by the window, Acumulam-se na janela,
The autumn leaves, As folhas de outono,
Of red and gold. Vermelhas e douradas.


I see your lips, Vejo seus lábios,
The summer kisses, Os beijos de verão,
The sunburned hands As mãos bronzeadas
I used to hold. Que eu costumava segurar.

Since you went away Desde que você se foi,
The days grow long Os dias são longos
And soon I'll hear E logo ouvirei
Old winter's song. A velha canção do inverno.

But I miss you most of all, Mas eu sinto sua falta mais do que tudo,
My darling, Minha querida,
When autumn leaves Quando as folhas de outono
Start to fall. Começam a cair…


Os créditos desta tradução: By Francis

Jazz For A Quiet Times

Por que não um Jazz? Pergunto-me a mim mesmo o que ouvir nesta tarde quieta. Sim, Jazz! Seria perfeito para casar com esta frialdade no mundo do lado de fora. O céu... nublado está o céu, mas não o meu coração, ele está quente e pulsa, o fole que atiça o fogo é a música que me inspira os ouvidos, mas... lá, através desta janela que se abre para uma tarde de desencanto, o dia é um céu nublado, um ar pesado, que arrasta as folhas dos eucaliptos e os seus aromas refrescantes.
No escurinho, na alcova que me encontro, a única luz que se faz presente é a da caixa de sonhos ao qual me ponho diante, ela me mostra os sonhos dos outros que me faz mostrar o meu próprio, é nela que ouço as músicas que me aspiram na alma, elas vagueiam na atmosfera do quarto e entram pelos os meus ouvidos após bailarem neste espaço.
No momento estou me deliciando ao som de Autumn Leaves, na voz da Eva Cassidy, esta cantora que se foi tão cedo, mas que deixou em suas interpretações a grandeza de sua alma, e é isso o que importa, porque o nosso destino inevitável é o de sermos arrancados deste mundo, para, talvez brilhar-mos em outro. Nesse interím a música termina, mas não a inquietação, agora ouço Nightbird, da própria Eva, e me vem a mente um pássaro que vagueia sozinho a noite, ele prefere assim, o mesmo já sabe do seu destino ímpar, e não há nada mais solitário do que a noite para um pássaro.
A tarde permanece numa quietude angústiante, talvez não tanto pior, deveras se não fosse o Jazz, que acentua os tons desta incrível aquarela, pois lá fora o mundo assim me aparece, em cores fracas e tons pastéis sempre clássicos, porém aqui dentro, o quadro melhor se acentua em tons escuros de uma água-forte somente iluminada pela caixa dos sonhos que me mostra a mente, o incrível baú de tesouros abstratos que me descobre os pensamentos, as saudades, os gostos, as prosas e as poesias que alçam vôo na minha mente vazia.

terça-feira, abril 19, 2005

Querido Blog...

Olá! Há tempos que não escrevo um texto caráter Diário aqui no blog! Pois bem, cá estou a redigir um pouco do que se sucedeu no meu dia! Chega dessas palavras difíceis, o que quero escrever é um texto fluente, gostoso de se ler, curto e direto e reto.
Levantei hoje às seis da matina, estava fazendo um friozinho bem aconchegante, que martírio ter que me levantar, primeiro eu coloco o despertador pra despertar às dez para as seis, depois de me debater no escuro até encontrá-lo, travo ele e me programo para dormir mais uns vinte minutos, espontaneamente acordo e vejo que ainda são seis e quinze, resolvo dormir mais uns cinco minutos, só para acordar finalmente, juntando todas as minhas forças, seis e meia estou de pé, não dá mais para ir adiando o que é inevitável, pois o que um bom banho morno não resolve? Aos poucos vou me acostumando e me encontro desperto: "Allehlluhia".
Bom, nunca me acostumei em acordar cedo, também nunca encontrei alguém que gostasse, deveras! É ruim, pois você tem que acordar na melhor hora do sono, pois é nesta hora que este se torna uma satisfação tremenda. Pelo menos agora acordo às seis, pois antes acordava às cinco horas da madruga para ir pra escola, e para somar à vontade de dormir, pegava um ônibus entupido de gente, com todos os seus horrores possíveis, além disso carregava uma bolsa pesadíssima com todos os materiais, fora livros, cd's, panfletos, bugigangas, minha mala parecia a caixa de Pandora, tinha tudo e ao mesmo tempo nada, e ninguém se propunha a acomodá-la. Bons tempos, que Graças a Deus jamais voltarão!!!
Mas a vida é assim mesmo, chegará um tempo em que acordarei às sete, oito, nove, dez da manhã. "A vida não é só dormir, mas dormir é essencial à vida!". Frase tosca essa, retirada da cachola de um poeta ordinário, nascido em meados do século XVII, nas imediações da Ponte Neuf, Paris, reduto de meretrizes e chalatões, atrizes e poetas trapalhões, um entregador de panfletos satíricos que porventura fez um pacto com o destino e hoje vos escreve em um Blog!
Até mais...............

segunda-feira, abril 18, 2005

Para Ser Cantado!


Disparada

Composição: Geraldo Vandré e Theo de Barros


Prepare o seu coração paras coisas que eu vou contar

Eu venho lá do sertão, eu venho lá do sertão

Eu venho lá do sertão e posso não lhe agradar

Aprendi a dizer não, ver a morte sem chorar

E a morte, o destino, tudo, a morte e o destino, tudo

Estava fora do lugar, eu vivo prá consertar


Na boiada já fui boi, mas um dia me montei

Não por um motivo meu, ou de quem comigo houvesse

Que qualquer querer tivesse, porém por necessidade

Do dono de uma boiada cujo vaqueiro morreu


Boiadeiro muito tempo, laço firme e braço forte

Muito gado, muita gente, pela vida segurei

Seguia como num sonho, e boiadeiro era um rei

Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo

E nos sonhos que fui sonhando, as visões se clareando

As visões se clareando, até que um dia acordei


Então não pude seguir valente em lugar tenente

E dono de gado e gente, porque gado a gente marca

Tange, ferra, engorda e mata, mas com gente é diferente

Se você não concordar não posso me desculpar

Não canto prá enganar, vou pegar minha viola

Vou deixar você de lado, vou cantar noutro lugar


Na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei

Não por mim nem por ninguém, que junto comigo houvesse

Que quisesse ou que pudesse, por qualquer coisa de seu

Por qualquer coisa de seu querer ir mais longe do que eu


Mas o mundo foi rodando nas patas do meu cavalo

E já que um dia montei agora sou cavaleiro

Laço firme e braço forte num reino que não tem rei

...

Essa música é tudo na voz da Zizi Possi !!!

sábado, abril 16, 2005

Sadness

Não queria que este sábado fosse somente mais um dia que acontece na minha vida, gostaria que ele fosse memorável, que por muitas noites após, eu ainda lembraria o quão marcante foi esse dia. Mas... para o meu desgosto, este triste sábado é só mais uma espada que me atravessa o coração, assim como sou todos os dias afrontado por muitas das adagas que me fere a alma. Fazer o quê, !

terça-feira, abril 12, 2005

Trois Gymnopédies

Mark Kurtz photo
Bog River Flow - Mark Kurtz
Esta música é suave e terna, como a distante lembrança de uma época saudosa. Embalada por um piano delicadamente tocado, como um amanhecer cálido de outono, dá para ver até o rolar lento e arrastado das folhas estreladas ao vento que vem arrancar-lhas das árvores caducas, creio sentir os pássaros da floresta cantar em regozijo, uma sinfonia de bem-te-vis, quero-queros, joão-de-barros, e todo o passaredo que ouve e se faz ouvir pela alegria de suas composições, sim, o rio se faz presente no embalo desta romântica canção, suas águas são refrescantes, doces são os movimentos dos peixes que se mostram diante da transparência das suas águas, o rio corre entre as sombras e a claridade, e se faz adentrar no bosque de Broceliande, o riacho se torna cálido e gostoso, assim, ele flui recebendo em seu leito as folhas caídas, os frutos despencados e as notas do piano compassado, todo esse cenário real é uma fonte de inspiração para o fiel compositor, ele busca na vida e nos movimentos da natureza os elementos para dar vida à música que tem em mente, neste espaço limitado de Broceliande.
Tentei ao máximo reproduzir o cenário que surge na minha mente quando ouço Trois Gymnopédies, composição de Erik Satie, é indizível definir este arranjo, como é belo e gostoso ouvir esta música, por isso eu decidi colocá-la aqui. Creio que estas Gymnopédies carrega em suas notas a alma de Broceliande, que por ser tão introspectiva nos dá a sensação da melhor paz que há, a que vem de dentro.
Perdido no espaço e no tempo, estes toques suaves e ternos, provenientes das mãos disciplinadas de um pianista, vem nos encher de saudades a alma, quantas saudades de uma época apagada pelo tempo, no qual não vivi, mas que sinto a cada instante o vivenciar de suas personagens através das Três Gymnopédias, da música que se faz refletir através das eras, pois suas notas continuam vivas e fluem pelo vento como um eterno perfume aspergido no ar e, através de suas fotografias em sépia.

segunda-feira, abril 11, 2005

Simbolismo


The Sea - by Arlene Graston

Ismália - Alphonsus de Guimaraens
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
...
Esta poesia eu a ouvi, e li, pela primeira vez numa feira cultural na escola na qual eu fazia a sexta série, nunca a esqueci! Ismália se afoga nas águas infindas e o seu mundo lúdico a faz enxergar duas brancas luas, uma no alto do céu estrelado, outra no mar densamente povoado, e ela numa torre ebúrnea longe do seu enamorado astro é acometida por uma dúvida cruel, jogou-se ao mar, o mesmo mar que algumas eras após se lançava Alfonsina, seu espírito, enfim, abraçou um anjo que a levou até a lua, lá no alto do firmamento, e o seu corpo foi acolhido por uma Náiade que a conduziu até o astro branco de esplendor que se reflete no profundo azul sete mares!

domingo, abril 10, 2005

A Lua Se Esconde

Aonde está a Lua? Há dias que não vejo o seu pálido halo de luz. O céu aqui do hemisfério sul está cada vez mais estrelado, mas aonde se esconde Selene, bela e trigueira irmã do amigo Sol, não sei o que fazer para encontrar-me com a sua face, e enxergar o eterno cavaleiro que está em suma batalha com um dragão, montado em seu cavalo São Jorge está a enterrar uma espada no ser mitológico da Medieval era, assim reza a lenda.
Toda uma constelação não pode concentrar o brilho da nossa Lua, por isso que nossas noites estão cada vez mais escuras, as sombras se projetam com uma palidez indizível sobre o solo calçado ou até mesmo nú, parece-me que até os ventos deixaram de ecoar pela noite a brisa agradável das noites de outono.
Em qual alcova escura se encontra a Lua, não creio que algum cavaleiro a sequestrou e a mantém presa em algum castelo perdido do universo, será que fugiu montada num cavalo alado com um principe de outras galáxias há anos-luz de distância de nossa insignificante Via Láctea?
O que será de nossas marés sem suas influências? O que será de nossas noites sem o seu brilho irradiante? Qual será a sina dos apaixonados que trocam confidências sob o ar enamorado da atmosfera do teu luar? O que será de mim, que me declaro apaixonado por ti?
Tenho medo que Selene deixe de brilhar nestas paragens. Mas sei que ela sempre esteve e estará lá, suspensa no firmamento, talvez esteja um tanto tímida e não queira aparecer, ou ainda, as nuvens se formaram e impediram a passagem do seu brilho em nossas noites, o que importa é que sei que ela está exatamente lá, no mesmo lugar de outrora, trigueira e pálida como a um reflexo de uma alva rosa num espelho de prata.

Para Que Serve O Horizonte?

Certa vez alguém chegou no céu e pediu pra falar com Deus porque, segundo o seu ponto de vista, havia uma coisa na criação que não tinha nenhum sentido...
Deus o atendeu de imediato, curioso por saber qual era a falha que havia na Criação.
- Senhor Deus, sua criação é muito bonita, muito funcional, cada coisa tem sua razão de ser... mas no meu ponto de vista, tem uma coisa que não serve para nada - disse aquela pessoa para Deus.
- E que coisa é essa que não serve para nada? - perguntou Deus.
- É o horizonte. Para que serve o horizonte? Se eu caminho um passo em direção ao horizonte, ele se afasta um passo de mim. Se caminho dez passos, ele se afasta outros dez passos. Se caminho quilômetros em direção ao horizonte, ele se afasta os mesmos quilômetros de mim ... Isso não faz sentido! O horizonte não serve pra nada!
Deus olhou para aquela pessoa, sorriu e disse:
- Mas é justamente para isso que serve o horizonte... " para fazê-lo caminhar "
...
Eu aprecio bastante este texto!!!

Oração Dominical

Meu senhor Deus que estás acima dos sete céus, olhai por mim pelo menos para se condoer de sua pequena criatura, que mira o seu semblante para o céu de um extenso azul se perguntando em qual ponto do firmamento estás a reinar, com o seu séquito de anjos, serafins e arcanjos. Uma vez me disseram que as brancas nuvens de algodão eram senão a poeira dos teus pés, me falaram de tua grandiosidade, que com um só relance do teu olhar podes enxergar toda a extensão do universo, e que todo o oceano é para ti como um punhado de água nas tuas mãos. Ouvi falar de ti como um único Deus, criador dos céus e da terra e que com o dom da palavra fizeste tudo o que os meus olhos podem enxergar, até mesmo o que não posso ver através dos meus olhos de matéria.
Lembro-me uma vez que me questionaram sobre a Tua grandeza, e eu respondi que Tu eras grandioso, enorme, não tinha noção do quão onipotente Tu eras, afinal, as nuvens são os pós dos Teus pés, não há verdade no que Te digo? Certamente sabes o que me disseram, mas mesmo assim irei te falar com as minhas palavras, responderam-me que tu eras enorme, assim mesmo com te relatei, mas disseram-me também, e dou graças a isso, que mesmo tu sendo de uma grandiosidade infinda, se eu cria em tua presença, tu caberias dentro do meu coração, dentro de mim, este ser que é tão insignificante e que leva em sua vida a grandeza do teu Espirito, estas palavras me adoçaram a alma e pude sentir que eu estava em tuas mãos, eu creio que me amas como a um filho, e não como a uma simples criatura.
Então posso compreender agora que o tens para nós e muito mais do este céu azul que enxergamos todos os dias pela manhã ao acordar, é muito mais do que ter a verde mata a espreitar o parapeito das montanhas verdejantes que enxergo diante da janela que abro para o mundo, o que tens para nós é muito mais do saborear um líquido maravilhoso sem sabor mais que refreca o nosso corpo. Compreendo que nos está reservado uma fonte de água viva que saceará a sede da nossa alma, não mais terá fome e nem choro, a guerra não mais existirá, só haverá a glória e a paz que tanto almejamos, a paz do espírito.
Tudo isso não é uma utopia, é verdadeiro e creio piamente em tudo o que escrevi!!! Bom domingo à todos!

sexta-feira, abril 08, 2005

Nos Resta Uma Esperança


Foto: Lágrimas da Natureza


© 2005 - Rui Santos


Rogo aos pingos de chuva que caiam e traga a vida!

Há tempos que não os sinto, quando romperão?

Tão logo meu coração secará, tornar-se-á uma rocha
Então será tarde demais, porém tão cedo o é!

...
Passo as madrugadas a chorar minha sina

Pela Aurora vagueio em plena neblina

Quando vem o sol durmo, exausto e só

E noto sentir um calor desatar na garganta um nó.

...
Então grito, esperando que se saia algum som

Sinto-me sendo rasgado pela angústia,

Enxergo a noite, embaraçado pelas lágrimas

Vivo a vida, dura e áspera sem quaisquer rimas.

...
Enfim, acordo na desiludida solidão da noite fria

E um fluxo sinto correr por entre as minhas vias

Remexe-me a garganta num brado iminente

Afinal posso rasgar a dor num grito estridente.

...

E eis que chove, grossos pingos de uma chuva morna

Eles refrigeram minha vida tão vazia

Tenho a esperança de que floresça em meu coração

Um amor e flores, uma paixão e rosas, e poesia.

terça-feira, abril 05, 2005

A Sombra

O atrito do asfalto e do piso da calçada com o sapato apertado e irritadiço fazia um pequeno barulho que quase se passava desapercebido por todos, menos por mim, espírito errante, um passante pelo mundo que veio a vagar em busca de algo que nunca tive em vida, ainda não descobri, mas descobrirei, de uma forma ou de outra. Eu sou uma sombra que nasce do foco da luz num determinado eixo do muro pichado, ou do asfalto molhado pela fina garoa. Sou a sombra de alguém que me apego nas ruas do grande e vasto mundo, enfim, sou o que você quiser chamar, contanto existo.
Descendo a ladeira eu acompanho um traunsente, um garoto de dezessete anos, era num sabado, peguei-o num dia não tão bom quanto eu esperava, mas a vítima era a que eu batesse o olho, logo o tal pedestre fora o primeiro. Num momento ele começou a andar de uma forma maquinalmente, lenta e compassada, suas pernas o levavam, sem controle algum sobre o seu caminho o rapaz ia ... ia. Cantando alguns trechos de músicas, e não se dava conta das pessoas que passavam e o olhavam: "Meu coração, não sei porque / Bate feliz quando te vê / E os meus olhos ficam sorrindo / E pelas ruas vão te seguindo / Mas mesmo assim foges de mim ..."
Descia ladeira, virava esquina, subia morro e o descia. Seus olhos, azuis como crisântemos de mesmo tom, estavam murchos como os mesmos em véspera de finados, seus ombros baixos denunciavam uma falta de compostura como a de um ramo de trigo, curvado não sei para quem, sua voz que ainda cantarolava, agora uma mistura de nada com nada, ficava cada vez mais baixa, somente eu, sua sombra, a ouvia. Seria tristeza? Mas o que é a tristeza? Tristeza é quando você não quer ouvir uma só palavra, mas adoraria que alguém as falassem? É quando todos ao seu redor parecem estar felizes, menos você? Seria quando você canta uma canção baixinho para que ninguém perceba as lágrimas que lutam e relutam em descer pelo seu rosto? Uma ambulância grita desesperada pela via atarefada, nem isso o faz despertar, uma criança pede à ele uma moeda, e muito menos isso o desperta, é como se a sua vida fosse um mundo a parte, um mundo paralelo em que esporadicamente visitava, e sempre que acontecia isso, algo o fazia lembrar que a rede que fizera sobre si era mais segura, que nunca iria rebentar os fios grossos que tecera em volta dos seus olhos, peito, mãos e pernas. Como era cômodo sua alma envolta do estofo de seu travesseiro, como era quente a sua cama e, gostoso o seu quarto. Sim, seu mundo era o ostracismo do conforto da sua casa, dos afagos da sua ama, que o convidava para dormir sempre que se vira ameaçado em sair do seu mundo sem nome.
Estava me cansando de acompanhar um rapaz, em plena flor da idade, com seus olhos azuis crisântemos mirando o vácuo, quando tanta coisa há em sua volta para olhar, custava pelo menos que ele travasse uma conversa comigo, sua sombra que o acompanhava em sua "Via Sacra". Totalmente cansado, resolvi encarar outra pessoa menos complicada, mas para minha decepção, todos nessa metrópole estavam estressados. E o meu pobre traunsente era simplesmente mais um estafado nesta cidade que de tão cansado não percebia a mágia que luta em perpretar a sua realidade moderna, tristemente o mundo fantástico se fecha nas brumas, nos portais onde as terras mágicas se encontram!