Últimas Águas de Março

Raindrops

Águas De Março - Tom Jobim
trecho

(...)

São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração

É um resto de mato na luz da manhã.

...

Março de dois mil e cinco está à se despedir para sempre, não mais voltará aos nossos tempos, só ficará o que restar da lembrança de suas poucas águas caídas em grossos pingos no rosto de todos nós. Chega ao fim, enfim, como deve terminar, com chuvas torrenciais de se lavar o espírito. Hoje muito choveu, e toda aquela tempestade de águas revoltosas ficaram um pouco no pouco que sou.

Talvez seja este o último temporal deste mês que se vai para não voltar, e eu não queria perder as derradeiras águas de março, que tem poderes de refazer aquele que está cansado, como já cantava Tom Jobim, estas torrentes vêm acompanhadas de refrigério e esperança para todos, pois após as chuvas de verão, ocorre as colheitas no outono! Adeus às Águas de Março

...

Feliz Páscoa Para Todos!!!

Frankenstein, de Mary Shelley

Agora a tarde eu assisti "Frankestein, de Mary Shelley", um filme muito bom, que segue à risca o clássico da literatura, não sei se fantástica ou científica, da grande Mary. O filme conta a história de um homem, Victor Frankestein, um estudante de medicina que no final do século XVIII queria revolucionar a medicina fugindo dos convencionais métodos todos baseados na ciência. Instala-se numa cidade, cujo nome não sei escrever, e num grande sótão escuro e alugado que servirá de laboratório, inicia os seus estudos, matricula-se numa universidade de princípios antiquados para o seu arrojado projeto. Victor trava conhecimentos com um professor de medicina que através dos seus tratados, vai levar o jovem estudante ao seu objetivo lógico, esse homem possui um diário com várias e sábias anotações de ciência antiga e até sabedoria chinesa, o inusitado está para virar realidade.

O jovem estudante de medicina toma para si o diário do professor, após morte do mesmo, e analisa os seus estudos, faz novos cálculos e rever os erros. Logo está próximo de virar realidade aquele sem nome que somente é reconhecido pelo sobrenome de seu autor, a criatura de Frankestein, é o objetivo daquele que se utiliza da ciência e do poder para criar.

Victor, se assusta com a sua própria criação e abandona os seus estudos, pois o que ele criou nada mais é do que o resultado de um homem feito a partir de varios retalhos de corpos, cujo cérebro é o do professor que de alguma forma o auxiliou, ou seja, uma criatura toda costurada, finalmente feia, como ele mesmo se denomina. O que Frankenstein não sabe é que a sua criatura deu certo, que corre fluxo de vida sob seu corpo, Victor decide voltar a sua terra natal, Genebra, aos braços de sua família e de sua noiva que o espera ansiosa.

A criatura, desde então, recobra sua vida e vive a espreita, marginalizado por sua feiura, amargurado ele se torna um homem só e promete vingança àquele que o fez com tanta deformidade. E assim o filme continua...

Eu já o havia assistido uma vez, mas não me lembrava de sua história, por este motivo eu o peguei na locadora, pois vale muito a pena assistir de novo.

Quarto Escuro

Agora estou aqui, neste quarto escuro em plena solidão, largado no frio de um domingo de Páscoa, já passa do meio dia e ainda permaneço com os cabelos despenteados, com a mesma roupa de dormir, longe de qualquer espelho e luz.

Faz frio lá fora, faz um dia monótono sem vento, sem sol, sem vida, sem cor e sem cheiros. Pelo menos estou curtindo estar aqui neste quarto fechado, sozinho com os meus pensamentos e com as minhas ânsias, já não sinto falta de falar com alguém, acostumei-me com a solidão e ela me rendeu graças por isso, pois posso ser eu mesmo por um momento!

Não choro lágrimas de desterro por estar só, afirmo que já derramei-as, mas creio que já amadureci à duras penas, no entanto, esta não seja a melhor forma de amadurecimento, creio que ainda me falta muito, mas já entendo a minha vida e já não ligo para mais nada.

Não sou uma pessoa anti-social, gosto de estar em companhia de semelhantes, só acho que não seja necessário viver todo o tempo em companhia de outras pessoas. Gosto de estar só, mas não de me sentir sozinho, pois sempre que me encontro em plena solidão, uma música me traz a voz que preciso ouvir, ela me canta o amor, sim, porque apesar de tudo, amo, e como é grande o amor que tenho pelas pessoas, por alguém em especial.

O amor em mim se manifesta de uma forma tão grande que me faz confuso, não sei como lidar com este sentimento que me arrebata a alma, ele sufoca o eu que sou, não a um ponto de matá-lo, ele romantiza a camisa que me envolve a alma, por isso não sei se as pessoas conseguem enxergar a mim.

Agora me sinto só... e preso numa rede, como um peixe que tenta se desvencilhar da malha que o envolve o corpo, minha alma está presa neste corpo, não sei como soltá-la para ir em descoberta dos horizontes perdidos que o mundo os tem aos montes.

Espero que alguém me entenda, pelo menos alguém... até mais.

Com Todo Amor Para N...

Daniel Bedingfield - If You're Not The One (Se você não é a escolhida)

O Beijo - Gustav Klimt

Se você não é a escolhida, então por que minha alma se sente feliz hoje?
Se você não é a escolhida, então por que minha mão se encaixa perfeitamente na sua?
Se você não é a escolhida, então por que seu coração corresponde ao meu?
Se você não fosse minha, eu teria forças para continuar?

Não sei o que o futuro traz
Mas sei que você está aqui comigo neste momento
Nós superaremos isso
E espero que você seja a pessoa com quem viverei o resto da vida

Não quero fugir, mas não consigo evitar, não entendo
Se não fui feito pra você, então por que meu coração diz que sim?
Há algum jeito de ficar nos seus braços?

Se não preciso de você, então por que estou chorando na cama?
Se não preciso de você, então por que seu nome não sai da minha cabeça?
Se você não foi feita pra mim, então por que essa distância perturba minha vida?
Se você não foi feita pra mim, então por que sonho como se você minha esposa ?

Não sei porque você está tão longe
Mas sei que isso é bem real
Nós superaremos isso
E espero que você seja a pessoa com quem dividirei minha vida
Espero que você seja a pessoa com que eu passarei minha velhice
Rezo para que você seja a pessoa com que formarei uma família
E espero te amar até o fim dos meus dias

Não quero fugir, mas não consigo evitar, não entendo
Se não fui feito pra você, então por que meu coração diz que sim?
Há algum jeito de ficar nos seus braços?

Porque sinto a sua falta, do seu corpo, da sua alma que fico até sem fôlego
Eu te tenho no meu coração e rezo para ter as forças de hoje
Porque te amo, mesmo sendo certo ou errado
E embora não possa estar contigo esta noite
Sei que meu coração estará ao seu lado

Não quero fugir, mas não consigo evitar, não entendo
Se não fui feito pra você, então por que meu coração diz que sim?
Há algum jeito de ficar nos seus braços?

Tradução: Karyna Kado Takeda

Não poderia nunca deixar de registrar neste blog esta tradução, como é linda! Vai direto ao mais íntimo do nosso coração. Creio que estou enfeitiçado por esta canção e jamais poderei me desvencilhar das garras dessa águia! Que bom isso.

Momento de Poesia

Windswept- John William Waterhouse

"CANTIGA PARA NÃO MORRER"

"Quando você for se embora
moça branca como a neve,
me leve.

Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.

Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.

E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento
menina branca de neve,
me leve no esquecimento."

(Ferreira Gular)

América

Segunda-feira dia 14 de março, iniciou mais uma novela das oito, a então afamada América, desde então está no ar, é uma boa novela, apesar de eu não gostar deste tipo de programação, nada pessoal, mas é que elas sempre caem na mesmice, é sempre aquela mesma história, você só precisa assistir o primeiro e o último capítulo, pois o que resta é só um enredo de mocinhos e bandidos. Mas esta novela é diferente porque é da Glória Perez, e como toda novela desta autora, grandiosa e com temas polêmicos que sempre são veiculados nos meios de comunicação de massa de nosso país.

Só gostaria, se tivesse algum contato com ela, fazer-lhe uma pergunta. Talvez, por um acaso do destino e por uma extrema sorte, ela ache este blog perdido no mar da net e, talvez ainda ela possa ler a pergunta que tanto gostaria que ela respondesse. Eis a questão...

"Gloria Perez, sabemos todos que suas novelas são baseadas em fatos polêmicos que envolvem toda a sociedade com temas que sempre estão em pauta, você em algum momento não pensou que sua trama poderia nutrir nas pessoas a vontade de ir para os E.U.A. ao mostrar um mundo "americano" muito diferente de nossa realidade? Não sei, mas toda vez que assisto a novela América, sinto como se tal lugar fosse a terra prometida, sendo a travessia da fronteira com o México, uma espécie de mar Vermelho, que para alcançar a vitória seja preciso tal sacrifício!"

Não sei se a pergunta está bem reformulada, mas é mais o menos o comentário que tenho a fazer sobre a novela! Não vou negar que a assisto, pois de vez em quando em acompanho a trama, e realmente gosto, é basicamente a única coisa que assisto na tv, pois não tenho tempo para tal. Mas, parabéns para a autora e toda a sua equipe!

Mensagem de Páscoa

A Fábula das Três Árvores

(autor: desconhecido)

"Havia, no alto da montanha, três pequenas árvores que sonhavam o que seriam depois de grandes. A primeira, olhando as estrelas, disse: "Eu quero ser o baú mais precioso do mundo, cheio de tesouros. Para tal, até me disponho a ser cortada". A segunda olhou para o riacho e suspirou: "Eu quero ser um grande navio para transportar reis e rainhas". A terceira árvore olhou o vale e disse: "Quero ficar aqui no alto da montanha e crescer tanto que as pessoas, ao olharem para mim, levantem seus olhos e pensem em DEUS".
Muitos anos se passaram e certo dia vieram três lenhadores pouco ecológicos e cortaram as três árvores, todas ansiosas de ser transformadas naquilo que sonhavam. Mas lenhadores não costumam ouvir nem entender sonhos!... Que pena!
A primeira árvore acabou sendo transformada num coxo de animais, coberto de feno. A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando pessoas e peixes todos os dias. E a terceira, mesmo sonhando em ficar no alto da montanha, acabou cortada em grossas vigas e colocada de lado num depósito. E todas as três se perguntavam desiludidas e tristes: "Para que isso?"
Mas, numa certa noite, cheia de luz e de estrelas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu bebê recém-nascido naquele coxo de animais. E, de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior tesouro do mundo...
A segunda árvore, anos mais tarde, acabou transportando um homem, que acabou dormindo no barco, mas, quando a tempestade quase afundou o pequeno barco, o homem levantou-se e disse: "PAZ!". E, num relance, a segunda árvore entendeu que estava carregando o Rei dos Céus e da Terra.
Tempos mais tarde, numa sexta-feira, a terceira árvore espantou-se quando suas vigas foram unidas em forma de cruz e um homem foi pregado nela. Sentiu-se horrível e cruel. Mas, logo no Domingo, o mundo vibrou de alegria e a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado um homem para a salvação da humanidade e que as pessoas sempre se lembrariam de DEUS e de seu Filho JESUS CRISTO ao olharem para ela.
As árvores haviam tido sonhos... Mas a sua realização fora mil vezes melhor e mais sábia do que haviam imaginado.

... diz o Senhor: "Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos e os vossos caminhos não são os meus caminhos" (Is 55,8).

Talvez seja esta a mensagem mais bonita e mais profunda de Páscoa que eu tenha lido, porque a Páscoa nada mais é do que uma festa que comemora a ressureição de Cristo, o salvador, ela nos remonta à via dolorosa que Ele teve que enfrentar para nos salvar da perdição, nos dando o direito de perdoar e de sermos perdoados.A Páscoa também é um momento de reflexão, pois, nos é lembrado a Santa Ceia, quando Jesus nos permitiu sempre estar em comunhão consigo, dando nos o seu sangue e o seu corpo, o vinho e o pão, esses são os verdadeiros simbolos desta festa.

Coelhos são bonitinhos e ovos de chocolates são gostosos, mas não é a isso que se resume esta festividade e não é este o verdadeiro sentido que realmente se emprega na Páscoa, Cristo veio para nos dar a salvação e para nos lavar dos pecados em seu precioso sangue, por isso ele morreu naquela cruz e ressuscitou ao terceiro dia, por nós! Logo...

Feliz Páscoa a todos neste mundo, não se iludam com tradições falsas e errôneas que transviam todo o sentido verdadeiro daquilo que é verdadeiro!

Songs From A Secret Garden

Existe algo mais belo do que adentrar o mundo de um Jardim Secreto, escondido em algum lugar da vastidão da mente. Como é gostoso ouvir os instrumentos que com sofreguidão compõem a música que dá título a este post.

No início um piano canta, carrega em suas teclas todo o romantismo provindo do coração de um pianista que toca com suas mãos disciplinadas o teclado de marfim e ébano, delicadamente deixando-se levar pela batida carregada de intenso lirísmo, porque os instrumentos cantam a música que vai diretamente à alma. As notas percorrem os labirintos do nosso espírito, assim flutuamos ainda mais aos céus, dançando sempre a música eterna.

Um violino vem chorar docemente ao lado do sôfrego piano que cansado cede o seu espaço ao mesmo, ele inicia sua notas rasgando com a sua música o véu que nos separa do mundo das almas, e termina por compor as notas que faltavam para dar a graça desejada. A música nos abre uma via a qual caminharemos ao mais distante dos átrios celestiais, ela nos mostra um atalho para que cheguemos até Deus.

Aos poucos a música vai morrendo, nossa alma enlevada aos céus, aos poucos vai descendo e tomando o seu lugar dentro da camisa que a envolve, o corpo material que vemos quando nos miramos no espelho, enfim, recobramos a mente e caímos na realidade do mundo. Já se foi a música que nos fez dançar a alma e enleva-la acima dos sete céus, mas a mesma pode sempre voltar, assim que quisermos voar, porque somente ela tem o poder de nos fazer com os pés no chão se elevar ao vento e flutuar, voar aos mais distantes lugares do nosso vasto interior.

Autumn

Autumn On A Little River - Adam Alam Photography

O pequeno riacho entrecorta a floresta temperada, é outono, as folhas das árvores debruçadas sobre o rio, caem em desencanto sobre o mesmo, suas águas hão de comportar por toda a estação estas mesmas que sucumbem, velhas e amarelecidas pelo tempo. O rio as leva para lugar algum, ele as induz à viagens por toda a sua extensão, mas antes mesmo de se entregarem ao mar, bem distante daquela pequena floresta, apodrecem em suas águas, desmancham-se diante do atrito causado pelo rolar infindo do caudaloso riacho, debatendo-se em seixos, polidos pela eternidade esquecida do tempo. Pois, é Outono.
É nessa época que as cores ganham uma nova tonalidade, os dias são agraciados com poderosas brisas, logo pela manhã o sol com a sua morna fonte de calor vem nos mostrar um céu azul em toda a sua extensão, a noite nos revela muito mais estrelas, e constelações inteiras vem nos encantar, o céu se mostra magnâmico e suspende em sua extensão um verdadeiro lustre de estrelas de cristal. O outono chega de mansinho para lá de meados do mês de março, ele vem para renovar a vida, para preparar a natureza ao duro inverno que chegará logo após.
O vento agora anuncia a sua chegada, derrubando as folhas mortas das árvores o outono vem com tudo, sacudindo a superfície da terra ele levanta a poeira acumulada pela estagnação do verão, virá com majestosa autoridade de senhor das boas colheitas, anunciando a época mais farta do ano, a hora de colher as frutas, pois essa é a estação de amadurecer os frutos.
Mas... lá no fundo da floresta encantada entrecortada por um pequeno rio, que tem como função a de levar em seu fluxo as velhacarias das mais antigas moradoras de Broceliande, as árvores seculares que ano após ano renovam-se no outono, elas resumem tudo o que esta estação tem para nos dar, a renovação de nossa alma e espírito, através da reflexão, quando nos sacudimos e deixamo-nos cair tudo o que é "velho" e "antiquado". Viva o Outono, viva a vida e sua outonal seara...

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"Alfonsina Y El Mar" é o tipo de música que envolve qualquer pessoa em seu cenário, pois sua letra, bela e ao mesmo tempo carregada de lirismo, nos fala da grande solidão no seu mais profundo estado. Cantada pela excelente intérprete latino-americana, Mercedes Sosa, esta canção é uma homenagem a uma grande poetisa da literatura hispano-americana do século que passou, Alfonsina Storni, que suicidou-se lançando-se ao mar.

Está música eu a ouvi pela primeira vez na rádio USP, aqui em São Paulo, no ano de dois mil e três, nunca mais a tirei da mente, pois ela tocou muito o meu coração, o programa no qual eu a ouvi chama-se "O Teatro do Mundo", e trata de temas universais, como a solidão.

A solidão é algo que pode nos enlouquecer, pode nos levar a enxergar um mundo imaginário que só existe na nossa mente conturbada, assim como aconteceu com a poetisa que foi buscar poemas no fundo do mar. Sua vida não mais cabia neste mundo que a esmagava a alma, os seus pensamentos revelaram-na um átrio em pleno azul do oceano, aonde seria recebida por Ondinas, peixes dourados iriam enfeitar os seus cabelos revoltosos dançando no balançar das águas de refrigério, enfím sua alma iria descansar dessa vida.

Assim o foi? Pelo menos na canção sim. Jogou-se ao mar numa tarde qualquer, findou no balançar das ondas, seu corpo imergiu ao mais profundo esquecimento, a solidão venceu o seu pensamento, neste momento sua alma está presa nos brotões do Atlântico, talvez brinca livre sob as águas, ou ainda, chora amargamente a sua triste sorte.

À Alfonsina Storni

"A Familiar Walk" by Susan Rios

ALFONSINA Y EL MAR
(Ariel Ramirez & Felix Luna)

Por la blanda arena que lame el mar
su pequeña huella no vuelve más
y un sendero solo de pena y silencio llegó
hasta el agua profunda
y un sendero solo de penas puras llegó
hasta la espuma

Sabe Dios que angustia te acompañó
qué dolores viejos calló tu voz
para recostarte arrullada en el canto
de las caracolas marinas
la canción que canta en el fondo oscuro del mar
la caracola

Te vas Alfonsina con tu soledad
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Y una voz antigua de viento y de sal
te requiebra el alma y la está llamando
y te vas, hacia allá como en sueños,
dormida Alfonsina, vestida de mar.

Cinco sirenitas te llevarán
por caminos de algas y de coral
y fosforescentes caballos marinos harán
una ronda a tu lado.
Y los habitantes del agua van a nadar pronto a tu lado.

Bájame la lámpara un poco más
déjame que duerma, nodriza en paz
y si llama él no le digas que estoy,
dile que Alfonsina no vuelve.
y si llama él no le digas nunca que estoy,
di que me he ido.

Te vas Alfonsina con tu soledad
¿qué poemas nuevos fuiste a buscar?
Y una voz antigua de viento y de sal
te requiebra el alma y la está llamando
y te vas, hacia allá como en sueños,
dormida Alfonsina, vestida de mar

Letra extraída do Blogger Cara A Cara Com O Cara

Mais Uma Vez, Cansado

Nada como ouvir muitas músicas para esquecer um pouco o cansaço que me toma. Ah, como é gostoso ouvir a doce voz da Marisa Monte cantando a "Dança da Solidão", um sambinha gostoso, uma cadência lenta e levemente ritmada. Ouvir Gal Costa se esbaldando em "Chuva de Prata" é realmente refrescante, a sua voz consegue atingir os lugares mais intimos do coração, que voz de mel. Como é bom música!!!
Últimamente ando tão cansado que nem na internet estou navegando, meu corpo parece um saco de ossos tentanto se por em pé, exagerado eu? Mas é a mais pura verdade, ontem mesmo eu fui dormir às oito e meia da noite, só para acordar às seis da manhã do dia seguinte e, mesmo assim, só acordei pela misericórdia divina.
Hoje mesmo tentei recomeçar a ler um livro não concluído em uma leitura anterior, mas não o consegui, na van dormi com o livro na mão, já faz algum tempo que o li, então hoje decidi lê-lo novamente - para ser sincero nem sei por quê não terminei de lê-lo - mas, o cansaço não deixou. Agora mesmo é pouco mais de oito e meia da noite e meus olhos já estão pesando sobre o teclado. Creio que todo mundo sofre com isso...
Mas, pelo menos, tenho a voz rouca e negra da Paula Lima, cantando-me uma canção sobre a Lua e fazendo-me uma "Serenata Ao Luar"... a Moonlight Serenade... Como não esquecer um pouco da vida a ouvir o melhor do Brasil, a sua música, pois ela é a melhor do mundo, fazer o que se o nosso povo é o fruto da miscigenação de culturas múltiplas, e nossa cultura é baseada em algo que só se pode expressar na lingua que nos rege a boca, a saudade. Cantamos a saudade e cantaremos sempre, porque ela é nossa, é nossa por herança e por destino...

Agradecido!

Olá! Muito obrigado a todos por visitar os domínios de Brocèliande, fiquem à vontade e voltem quando quiserem, me sinto muito feliz com isso, talvez possam, junto comigo, encontrar em território mágico de Bretanha o Cálice Sagrado, o Santo Graal que está escondido no mais intímo lugar desta floresta calma e famíliar.

...

Pois é Fata, adotei com muito prazer o "Sir Kley", só você mesmo para me apelidar de uma forma tão carinhosa, você parece ser uma pessoa tão especial, espero um dia te conhecer melhor.

Liberdade

Flying Man

Estás vendo aquela serra que corta o horizonte
Formada por montes ovalados e cinzelados pelo tempo
Coberta por diversas árvores, gramíneas e rochas?
Além dela está tudo o procuro, a liberdade e o esquecimento.

A Liberdade. Tanto desejo e está para lá destas paragens
Em lugares desconhecidos além das serras que avisto
É uma estrada de tijolos amarelos que guia às esmeraldas
Léva à Felicidade, num arco-íris colorido em pleno viço

O Esquecimento. É como voar em pleno céu de gozo
Sentir o vento tocar-te, provar das alturas as suas carícias.
É estar muito além de tudo que nos cerca os olhos.
Esquecer é ser livre, é receber dos céus as suas primícias.

Moonlight Serenade

"Dancing in the Dark" by Tracy Dennison

Serenata Ao Luar - Paula Lima

Dá tua mão
E me canta a canção sobre a lua
Vem cá, é verão
E essa noite eu tô só na tua
Me toca, me canta
A "Moonlight Serenade"

Vê que luar
Quanta luz, hoje o céu tá tão lindo
Amor, teu olhar
Tem um brilho de estrela, sorrindo
Me toca, me canta
A "Moonlight Serenade"

Vamos sumir no céu do prazer
Até amanhecer
Só você e eu
O verão, o céu
E a brisa que abraça
As folhas e passa

Dá tua mão
Vem pra mim, vem a fim, vem na tua
E canta a canção
No clarão de verão dessa lua
É hora, querido
A "Moonlight Serenade"

Ah, que noite quente e gostosa, uma noite típica de verão, o céu está tão estrelado, a lua está alta e magnifica e ilumina as trevas da floresta de eucaliptos, por entre eles enxerga-se a escuridão, o breu mágico que nos enche de curiosidade, mas lá bem no alto, a lua, grande Selene, está esplendida, parece uma grande rosa alva, um halo luminoso suspenso no firmamento. Como são mágicas as noites de verão!

Uma Simples Homenagem

MULHER
(Custódio Mesquita e Sadi Cabral)

Não sei
Que intensa magia
Seu corpo irradia
E me deixa louco assim, mulher

Não sei
Seus olhos castanhos
Profundos, estranhos
Que mistérios ocultarão, mulher?
Não sei dizer

Mulher
Só sei que sem alma
Roubaste-me a calma
E aos teus pés
Eu vivo a implorar

O teu amor
Tem um gosto amargo
E eu vivo sempre a chorar
Nessa dor

Por teu amor
Por teu amor
Mulher

...

Uma simples homenagem para todas as mulheres no seu grande dia. Amamos todas vocês, mulheres batalhadoras, mulheres mães, mulheres irmãs, mulheres namoradas, mulheres mulheres! O que seria de nós homens sem os teus sorrisos, sem tuas belezas, sem as tuas carícias e, sem os teus abraços acalentadores! Felicito a todas vocês mulheres virtuosas...

Parabéns a todas vocês mulheres pelo o seu grande dia, e por sempre lutar constantemente por um mundo melhor!!!

"Siga A Estrada De Tijolos Amarelos"

Hoje estou tão feliz, feliz por ter realizado um desejo tão simples e ao mesmo tempo tão bobo, hoje assisti o "Mágico de Oz". A linda garotinha do Kansas dançou, chorou, cantou e riu diante dos meus olhos, ela descobriu um mundo novo em algum lugar do arco-íris, um lugar colorido e cheio de ternura, onde todos vieram saudá-la. Dorothy, na companhia do Homem de Palha, que tanto desejava um cérebro, juntamente com o Homem de Lata que almejava um coração e do Leão covarde que queria abster-se de sua covardia, fora em busca do mágico de Oz para realizar o seu desejo e os dos seus mais novos colegas, todos seguindo a estrada de tijolos amarelos.

Todos eles vieram para nos mostrar esta terra de plena magia, digo nós porque na sala onde eu estava, assistia eu e mais umas quatro crianças, que não piscavam sequer os olhos, elas viam compenetradas a beleza e inocência do mundo que surgia na tela da televisão.

Que belas cenas, que vozes, que sentimentos este filme nos transmite, é uma produção do final da década de trinta e até hoje encanta as pessoas no mundo inteiro. Isto sim que é classico, pois o que é feito para ser eterno, mesmo que venham as modernidades do mundo tecnológico, assim o é, a arte e a beleza jamais virá a esmorecer e por gerações e gerações a magia que um dia fora lançada no ar não mais se extiguirá.

Nunca é tarde demais para se descobrir a poesia e a inocência, seja do cinema, da música, seja da literatura, pois a grande busca do homem está dentro de si mesmo, no seu coração e na sua mente. Enquanto houver amor e determinação pode-se mudar o mundo, pois o melhor lugar da Terra é o nosso lar, no seio da familia. Esta é a principal mensagem do "Mágico de Oz".

"...siga a estrada de tijolos amarelos (...)

a nossa casa é o melhor lugar do mundo"

Petit Prince

Uma imagem simples, porém bela! Esta imagem eu coletei de um site bem interessante de cartões virtuais, no momento eu não me recordo o seu endereço. Esta mesma ilustração eu já havia publicado em um outro blog que escrevia antigamente.

Sonhando

Em sonhos eu te disse que admirava o céu em seu estado crepuscular, com suas cores confusas se misturando e refletindo o requiém do Sol, cerimônia de passagem entre o dia e a noite, o céu em suas matizes laranjas, roseas e timidamente azuis, formando assim uma aquarela fortemente aguada, um mármore em efeito e cores que despertam em mim uma terna saudade, como se me despedisse do efêmero momento que jamais voltará, assim eu respondi a sua pergunta. Porém, tu me disseste que achavas o céu magnâmico no desenrolar de sua noite escura, levemente iluminada pelo brilho das estrelas, estrelas estas de varias cores e distâncias, disseste que o céu escuro da noite te inspirava misticismo e que a Lua, grande astro, completava tal quadro de mistério, um lindo quadro de amores e fulguras, pois o que há de mais romântico do que um casal em uma noite enluarada, deste modo respondeste minha pergunta. Agora me vem a conclusão sobre nós dois: tenho o saudosismo de uma tarde em chamas, matizadas de cores múltiplas de puro lamento, de algum modo que me inspire saudade e despedida, já tu tens o romantismo e o frescor das noites estreladas e com seus luares, sobretudo tens o fulgor das noites misteriosas, logo, nós dois, ao sermos de tal modo um só ser, detemos todos os segredos da felicidade, como a saudade e o sentimento efêmero dos apaixonados que se energizam a cada noite romântica e misteriosa, como o subjetivismo causado pelas noites de luares nacarados, subjetivismo este que o misticismo trata de converter a saudade que sinto por tí em amor eterno nas noites que duram a eternidade em teus afagos...

s/t

"Que triste pensar assim,
Sem Amor e sem ninguém
Vou levando a existência, porém...
Numa angústia sem fim."

Outra Metade

Encontrar um alguém que possa mudar a minha vida, fazer uma reviravolta no meu destino, acalentar as minhas tardes agoniadas de verão e embalar as noites de solidão que passo em pensar em um alguém. Onde será que você está? Tanto procuro e não acho vestígio de quem possa mudar a minha vida. Eu queria amar como ninguém jamais amou, sentir o meu coração explodir de emoção e o sangue fugir por adrenalina, enchendo cada artéria, veias ou vasos, pulsar, respirar fundo, soltar suspiros e amar.

Será que passo por você todos os dias, será que entro no mesmo ônibus mesmo que você está, porventura te encontrarei no trabalho ou na fila de um banco qualquer??? Ou jamais acharei o verdadeiro amor, aquele possa suprir tudo o que sinto, meu coração é tão grande e é cheio de amor para dividir, ele almeja um outro que bata como ele compassadamente num rítmo doce e lento.

A verdadeira lenda nos conta que temos por destino uma alma gêmea, porém, no inicio de tudo fomos separados e, desde então, iniciou-se uma busca ao que tanto desejamos, ao que só almejamos nessa vida que levamos, encontrar a nossa alma e partilhar com ela os nossos verdadeiros sonhos e os planos que em noites cheias traçamos.

Se por acaso todos temos uma alma ao qual somos irmãos, então aonde está a minha que até então não me deu nenhuma chance de descobrí-la? Será que a minha outra metade ainda vive, ou está em algum ponto do mundo aguardando a minha chegada, ou ainda, jamais existiu, creio que há muito ela padeceu e em algum lugar do outro mundo está me aguardando para então seguirmos juntos e felizes para a infinita eternidade. Estou hoje um tanto pessimista!