domingo, março 27, 2005

Quarto Escuro

Agora estou aqui, neste quarto escuro em plena solidão, largado no frio de um domingo de Páscoa, já passa do meio dia e ainda permaneço com os cabelos despenteados, com a mesma roupa de dormir, longe de qualquer espelho e luz.
Faz frio lá fora, faz um dia monótono sem vento, sem sol, sem vida, sem cor e sem cheiros. Pelo menos estou curtindo estar aqui neste quarto fechado, sozinho com os meus pensamentos e com as minhas ânsias, já não sinto falta de falar com alguém, acostumei-me com a solidão e ela me rendeu graças por isso, pois posso ser eu mesmo por um momento!
Não choro lágrimas de desterro por estar só, afirmo que já derramei-as, mas creio que já amadureci à duras penas, no entanto, esta não seja a melhor forma de amadurecimento, creio que ainda me falta muito, mas já entendo a minha vida e já não ligo para mais nada.
Não sou uma pessoa anti-social, gosto de estar em companhia de semelhantes, só acho que não seja necessário viver todo o tempo em companhia de outras pessoas. Gosto de estar só, mas não de me sentir sozinho, pois sempre que me encontro em plena solidão, uma música me traz a voz que preciso ouvir, ela me canta o amor, sim, porque apesar de tudo, amo, e como é grande o amor que tenho pelas pessoas, por alguém em especial.
O amor em mim se manifesta de uma forma tão grande que me faz confuso, não sei como lidar com este sentimento que me arrebata a alma, ele sufoca o eu que sou, não a um ponto de matá-lo, ele romantiza a camisa que me envolve a alma, por isso não sei se as pessoas conseguem enxergar a mim.
Agora me sinto só... e preso numa rede, como um peixe que tenta se desvencilhar da malha que o envolve o corpo, minha alma está presa neste corpo, não sei como soltá-la para ir em descoberta dos horizontes perdidos que o mundo os tem aos montes.
Espero que alguém me entenda, pelo menos alguém... até mais.

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