domingo, dezembro 25, 2005

Way

Está na espreita, sinto olhares estranhos maquinando minha sentença, estou só no mundo, perdido no fim de tudo, ouço coisas que me dizem estar chegando a hora que esperei por toda minha vida, desço do vagão que me traz de volta os sonhos distante que carrego comigo há muitas eras. De repente o tumulto se fez silencio e o vento se fez brisa, o barulho se tornou uma mosca arranhado um som, o mundo tornou-se uma cadeia de montanhas que avisto no horizonte, e o céu, o que tornou o céu azul num pálido cinza? Não sei, talvez algo que me é indiferente aos olhos, pois sinto algo se mover diante minhas vistas, lá dentro no projetor de minhas retinas, rotinas.
O vento dilacera, tira de mim a capacidade de pensar, agir. Olhos vermelhos, pela poeira que se faz no burburinho da vida, choram, pelos rios de minha alma e se lançam na terra seca do meu coração, e esse rio corre sem força e sem pressa porque sabe o triste fim de sua sina, assim vai a vida correndo contra o vento e contra o tempo, tentando remediar algo que ainda pode ser consertado, mas que já pode ser muito tarde, mas quem irá sentenciar?
Cadê? Aonde foi parar todo mundo? Porque não vejo as pessoas de novo? Elas fogem de mim, não querem saber como estou, como me sinto, ou como dói a ausência. Talvez seja essa a minha sina, passar pelas pessoas e ser um cometa na vida delas. São esses os olhos que me espreitam e me faz querer voltar na contramão, na estrada de mão única que traçamos toda uma vida.

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