sábado, dezembro 31, 2005

O Cio da Terra

Milton Nascimento

Ceifeiras - António Silva Porto

Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no tirgo o milagre do pão
E se fartar de pão...

No canavial - Site Julio Florez

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel
...

Arando

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

S.T. Por Enquanto...

Para onde, será que essas águas irão me levar
Será que lá é minha casa, meu lar?
Esse rio que me deita em seu leito de pedras
Que me faz dormir e fantasiar quimeras

Será que lá tem um jardim e árvores frutíferas
Uma rede de lona para descansar a fera
Que me fere o coração e arranha a alma
Será, ou não meu Deus, quem dera!

Lá os pássaros assoviam com alegria?
Suas canções carregadas de sossego e vida
Me ensinarão a importância da chegada,
E também, o pesar da partida?

Será que lá o sol bate na janela de mansinho?
E o beija-flor vem beber sossegado
A água doce preparada com carinho.

Espero que o caminho me seja mostrado,
Para descansar nos braços do tempo, meu ninho...
E viver meus ternos dias de verão com agrado.

domingo, dezembro 25, 2005

Way

Está na espreita, sinto olhares estranhos maquinando minha sentença, estou só no mundo, perdido no fim de tudo, ouço coisas que me dizem estar chegando a hora que esperei por toda minha vida, desço do vagão que me traz de volta os sonhos distante que carrego comigo há muitas eras. De repente o tumulto se fez silencio e o vento se fez brisa, o barulho se tornou uma mosca arranhado um som, o mundo tornou-se uma cadeia de montanhas que avisto no horizonte, e o céu, o que tornou o céu azul num pálido cinza? Não sei, talvez algo que me é indiferente aos olhos, pois sinto algo se mover diante minhas vistas, lá dentro no projetor de minhas retinas, rotinas.
O vento dilacera, tira de mim a capacidade de pensar, agir. Olhos vermelhos, pela poeira que se faz no burburinho da vida, choram, pelos rios de minha alma e se lançam na terra seca do meu coração, e esse rio corre sem força e sem pressa porque sabe o triste fim de sua sina, assim vai a vida correndo contra o vento e contra o tempo, tentando remediar algo que ainda pode ser consertado, mas que já pode ser muito tarde, mas quem irá sentenciar?
Cadê? Aonde foi parar todo mundo? Porque não vejo as pessoas de novo? Elas fogem de mim, não querem saber como estou, como me sinto, ou como dói a ausência. Talvez seja essa a minha sina, passar pelas pessoas e ser um cometa na vida delas. São esses os olhos que me espreitam e me faz querer voltar na contramão, na estrada de mão única que traçamos toda uma vida.

sábado, dezembro 24, 2005

Boas Festas

Então é Natal! E o papai Noel está atarefado demais para visitar todo mundo e deixar os presentes tão esperados! Talvez o senhor velhinho esteja cansado em demasia para visitar e colocar um embrulho no sapatinho da janela de cada um de nós. Quantos temos chaminé? Creio que poucas pessoas o tem, por isso esse natal será muito bom para alguns, e infelizmente não tão bom para muitos! Mas tenho uma ótima notícia! Sr. Noel está para se aposentar, tirar umas férias em outro mundo, e quem vai se apresentar em seu lugar é um Deus que visita todos nós, nos enche de alegria e felicidade, nos presenteia com a Sua luz e o Seu amor. Sua sabedoria é imensa e Ele bate em nossa porta, porque todos temos porta, e enxuga nossas lágrimas, porque Ele nos quer presentear com a Sua glória! Declare seu amor por Jesus neste Natal, convide-O para participar da tua ceia e Ele fará da tua simples festa a d'Ele por direito e habitará dentre vós! Por que o Natal é todos os dias, pois Deus está disposto a adentrar em nossa casa todos os instantes e, não somente num dia, numa data ou num feriado santo! É o que desejo à todos, um ótimo Natal, que Deus renasça e faça da tua vida uma luz para o mundo!

Que a chama da esperança venha reacender a chama do amor, da paz e da fé! Que neste Natal Jesus venha renascer no seio de nosso coração!
Boas festas!!

domingo, novembro 20, 2005

Vangelis

Para quem não conhece esta música fabulosa do Vangelis, é só clicar no linque e baixar. Por favor, ouça com atenção, é simplesmente maravilhosa.
Verdadeiros artistas conseguem colocar para fora o que tem em mente, e fazer-se entender através de sua arte, Vangelis é um deles, um gênio da música instrumental atual.

Vangelis - 12 O' clock

Os ponteiros marcam doze, doze badaladas na noite fria, é como um espirito que acorda e sai flutuando nos ventos, uma voz que rasga a madrugada e canta uma dor pungente, uma canção de ninar para aqueles que tiritam de frio, é como fortes lágrimas que ardem os olhos judiados de tanto vivenciar o medo das trevas, ouve-se vozes, não se sabe de onde elas vem nem para onde elas vão, só se sabe que elas morrem com o fim da madrugada.

Feliz

Amantes ao Luar, Marc Chagall
Quanto tempo sem me apaixonar? Não sei, imaginava que jamais provaria novamente do sabor da paixão. Estava tão ocupado com questões que não me levariam a nada que meu coração deixara de bater por alguém, e me perguntava por que minha vida não era feito a dos outros.
Mas o amor não me deixou, o tanto que eu tinha, transbordou por todos os lados, desafogando o vaso que tinha pela boca me sufocando. Ela veio do nada e do nada conquistou o meu olhar, e os meus pensamentos que se dirigem somente à ideia de estar ao seu lado. Sábado eu a mandei um pequeno bilhete escrito em letras sôfregas, dizendo o quão linda ela estava naquele momento, e que adoraria passar o dia consigo.
Eu sinto, o meu maior forte é sentir as coisas e captá-las no vento, eu enxergo nas miragens que vem roubar os meus minutos, que é você quem eu tanto esperei por toda a minha vida, eu sei que não é somente um flerte, eu sei que é real e que os seus sorrisos quando se dirige a mim são como brilhantes iluminando me conduzindo o destino, por que os teus olhos me guiam às estrelas que nos levam para passear no infinito do universo.
Fiquei feliz de a ver usando o coração que a presenteei! O seu nome é Ariana, tão forte o nome, e ela é tão doce e meiga, eu a chamo de Sandy, pela semelhança entre as duas, dei graças à Deus por ele ser tão maravilhoso e ter feito com que eu conhecesse o Amor da minha vida.
Dou um adeus as minhas antigas paixões e aos pensamentos que vinham perturbar minha mente, que vinham me dizer que o amor não era feito para mim, que não nos tinhamos sido apresentados, adeus a tristeza e a angústia, adeus aos dias nublados, adeus às noites escuras que solitário eu reclamava um caminho de luz.
Estou tão feliz... Disseram me que a felicidade não existe, que era algo como momentâneo, por certo tempo eu acreditei, na certa pode até ser verdade, mas quem disse que um momento pode durar um intervalo fechado, limitado, um tempo entre zero e cinco, a felicidade pode ser muito mais que isso, pode ser um intervalo aberto para o infinito, essa escolha é somente nossa.

sábado, novembro 05, 2005

...


O que fazer com os sonhos que você deixou largado por aí, abandonado, adoecido pelas chuvas e pelos ventos, envelhecidos pela intempérie? Muitas mirangens vem me assaltar à noite, como um filme que me distrai no desenrolar da madrugada, mas nenhum que me leve para além, além da realidade, acima das verdades que acostumamos a aceitá-las.
Vem! Me dá a mão, sinta como ela está quente, pronta para acariciar e esquentar as tuas, vamos compartilhar deste momento nosso, me descubra, veja que sou tão diferente, tenho tanto amor, quero te dar os meus olhos, do meu coração quero te dar as batidas, e dos meus pulmões os meus suspiros, quero te presentear com as minhas palavras e os meus gestos, quero te dar uma flor roubada e um amor clandestino. Hoje Você é o que eu quero, e não vou abandonar a idéia de estar contigo.

domingo, outubro 30, 2005

Carlos!

Imagem daqui!

Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.


As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.


O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer
mas essa lua mas esse conhaque

botam a gente comovido como o diabo.

Carlos Drummond de Andrade
De Alguma poesia (1930)

quarta-feira, outubro 26, 2005

No title

Vomitar, colocar para fora tudo que está entalado na garganta.
Gritar, fazer-se ouvir a voz que perde força a cada dia que se passa;
Bater, socar o corpo que se encurva sob o peso das tribulações;
Pensar, fazer valer os conceitos que a vida impõe sobre todas as coisas;
Revidar, pois nem sempre o modelo que se segue é o verdadeiro e certo;
Quebrar, o sigilo e as regras, as exceções e os padrões;
Ver, enxergar através do escuro a silhueta dos medos e enfrentá-los;
Cantar, exercitar as cordas vocais, amaciar a alma, protestar, dizer não;
Enlouquecer, quando se perde a vontade de continuar são;
Chorar, quando a música vier e deitar o seu espírito sobre nós,
Ou, quando a noite chegar e o mundo ficar escuro demais;
Vibrar, quando tiver alguém te esperando em casa;
Rir, quando os amigos surgirem sem responsabilidades;
Viver, cada dia como se fosse um último crepúsculo e,
Ter a esperança que o sol irá alvorecer mais uma vez.

sábado, outubro 15, 2005

espe(ctr)(lh)os

Não sei como cheguei aqui, realmente não tenho ciência de como vim parar neste lugar, escurecido pelas velhas imagens do passado. Dei-me com uma sala repleta de portas e janelas, espalhados por todos os lugares, e essas portas dão para outras salas sucessivamente , e em cada uma delas se encontrava um adulto, ainda muito por amadurecer, despenteado e descalço feito criança, com os seus olhos arregalados a ver fantasmas, espectros de outras vidas, outras histórias que poderiam ter dado certo. Eles me imitavam em tudo, cada passo e gesto, ritmicamente, aquilo me deixava nervoso a ponto de chorar, não tive medo e nem vergonha, como há muito tempo, portanto rasguei-me em gostosas lágrimas, tão intensa era a angústia e a tristeza, e ao mesmo tempo choramos todos nós, aquilo me acalmou, vi que não estava só, talvez juntos poderiamos achar uma solução para saírmos deste labirinto insondável, havia muitos na mesma situação que a minha, então ri consolado e, logo percebi o sorriso no rosto de cada um, mas só o meu riso era ouvido, tentei argumentar, mas só a minha voz era ouvida, soava como um eco, aquilo me fatigou. Fui me dar conta de tudo quando agachei-me ao chão e recolhi os meus óculos, então percebi que estava só numa grande sala cheia de espelhos, que o choro de muitos era o meu somente, que a felicidade de todos era minha somente, foi aí que me senti cada vez mais só. Agora já não sei mais como sair daqui.

quarta-feira, outubro 12, 2005

Criança

Levantou-se pela madrugada, os olhos ardendo e os pelos eriçados de quem acaba de ter um choque com a temperatura adversa do seu repouso. Tomou um café preto e amargo, não se podem ter regalias, açúcar é só para amenizar o amargor do café, comeu um pão crioulo com a maior satisfação, pois não é para menos, neste dia é tomado um primo café da manhã.
O dia está diferente, um vento gostoso de primavera paira no ar, o céu azul denuncia um belo dia de outubro, na meia estação quente que afaga o coração.
Hoje, como todos os outros dias, foi trabalhar na lavoura com o pai, cortar cana era para ele como olhar o céu e visualizar as nuvens de vários formatos, ver, através do azul infinito, castelos no ar.
Poderia brincar um pouco, só hoje, após as horas de sol a pino a cumprir a sua fatigada sorte de menino pobre, sem direitos a ser criança em tempo integral, hoje poderia ver o circo e rir com as trapalhadas do palhaço, que carrega em si a obrigação de arrancar os sorrisos reprimidos do rosto que possui tantos sulcos, por que hoje é o dia das crianças, pudera todos os dias ser! Um Dia das Crianças, tão pouco o é, comparando com os outros restantes que forma um ano de dura vida.
Ele tem apenas onze anos, mas carrega em si a responsabilidade de trazer o sustento para sua casa, mão de obra barata, cai nas mãos de pessoas que roubam a sua capacidade de ser criança, jamais freqüentou uma escola, não tem a mesma facilidade de cravar um lápis nas mãos do que pegar uma foice para cortar a cana, jamais carregou nas costas uma mochila com cadernos e livros, mas já sustentou o peso da vida, apenas na tenra infância, carrega em si a dor de ser um escravo da pobreza e fazer parte de um denso ciclo da miséria.

...
Imagem daqui!

Eu sei, é bonitinho, “Dia das Crianças”, quem foi mesmo o inventor desta data tão engraçadinha? Toda criança deve ter o direito de ser criança, e qual é o dever do Estado? Garantir isto! O que se tem para comemorar? Não consigo enxergar um futuro tão grandioso assim, pois se é a criança o futuro do mundo!!! Como explicar tantas crianças morrendo de fome, vivendo com escassas condições de vida, vítimas da miséria, da doença e do descompromisso dos governos? Como explicar tantas crianças sendo exploradas e molestadas, sendo roubadas e renegadas, pois é um crime tirar da mesma, o direito de ser criança, como e porque comemorar esta data?
Lembro-me uma vez que estava caminhando no centro, aqui em São Paulo, na região da Vinte e Cinco de Março, e me deparei com uma cena que fica até difícil de escrever, uma criança sentada num batente de um prédio abandonado e antigo, chorava aos prantos, as suas lágrimas desciam sem cessar, ela estava toda suja e carregava nas mãos um material para vender, não consegui deixar de a olhar por um bom tempo, fiquei arrasado a minha vontade foi de chorar também, e lamentar a triste sorte daquela criança! Creio que jamais esquecerei o seu rosto...
Bom... Desejo que algum dia possa ser realmente um feliz Dias das Crianças! E que nós, também, resgatemos a criança reprimida que há dentro de nós.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Querer

Não sei como começar, talvez eu nem devesse, mas... Não é que já comecei?! Poucas palavras, muitos pensamentos, mas nenhum que dê vazão aos sentimentos que quero rasgar.
Queria escrever feito um doido, registrar desde o desabrochar de uma rosa até o seu murchar, quando as suas pétalas se lançam ao chão. Queria muitas coisas, mas não tenho nenhuma, nem metade, talvez um quarto sem janela e sem porta onde eu encerro meus sonhos sufocados pelo medo e pela incerteza.
Queria ter uma revolta, uma simples rebeldia, mesmo que sem causa nobre ou aparente. Talvez eu quisesse ser um ator e fazer um filme, para nele registrar a minha existência. Queria adorar a matemática, resolver cálculos e expressões com a maior naturalidade, quanto a enveredar pelos caminhos da lingua, e ler poesias de Drummond ou as obras de Somerset Maughan.
Queria ser eu, ao mesmo tempo em que renego a minha existência furada e falida, talvez eu me entendesse mais se fosse o outro, o que fica do lado de lá do espelho, aquele que se mostra para mim como o mesmo o é, ou o que sou, considerando que somos a mesma pessoa, pelo menos, ainda penso assim.
Queria não ser canhoto, e ser destro como todas as pessoas normais, isso sim seria uma satisfação. Queria não achar conforto em Chopin, Beethoven, Satie ou Mascagni. Queria não ter olhos azuis, “você usa lentes?”, ou “seus olhos são muito bonitos!”, queria que meus olhos fossem negros como noite sem luar.
Queria muitas coisas, mas nada me restou, além do que mil perguntas sem respostas, e mil respostas sem perguntas.
Ah! Meu Deus! Por que não atrasaste o nascer da minha aurora, se sabias que eu não seria feliz vivendo num mundo entre seis bilhões de estranhos?

“Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.”
(Drummond)

sexta-feira, setembro 30, 2005

Momentos

Não sei se lembras
Daqueles minutos de recreio
Aqueles momentos
Que à sombra do passado
Sentávamos num tapete mágico
De concreto e cimento
E recitavas Baudelaire,
E o seu Flores do mal!

Talvez consigas recordar
Dos planos para o futuro
Nossos objetivos inocentes,
Que confidenciávamos,
Achando que o mundo
Fosse um romance,
Que a Comédia Humana
Tivesse 97 páginas.

O futuro não chegou
Por mais que tenha passado
O presente é sempre o mesmo
Nossos planos mudaram
E a estrada que caminhávamos
E que tomava um só rumo
Bifurcou-se
E cada um de nós
Foi obrigado a caminhar
Por veredas distintas

Hoje, o meu maior sonho,
É voltar atrás e recomeçar,
Caminhar pela estrada
Dos tijolos amarelos,
E te reencontrar
Para seguir-mos juntos
Em um só caminho
E vivenciar os sonhos
Que sonhamos um dia.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Luz

Img. "Faz-me Sonhar!" - Hugo Amador

You light up my life Você ilumina minha vida
LeAnn Rymes


So many nights I sit by my window
Por muitas noites eu me sentei junto à minha janela
Waiting for someone to sing me his song
Esperando por alguém para me cantar sua canção
So many dreams I kept deep inside me
Muitos sonhos eu guardei dentro de mim
Alone in the dark but now You've come along.
Sozinho na escuridão, mas agora você chegou.

And you light up my life
E você iluminou minha vida
You give me hope to carry on
Você me deu esperanças para continuar
You light up my days
Você iluminou meus dias
And fill my nights with song
E preencheu minhas noites com música

Rollin' at sea, adrift on the water,
Balançando no mar, a deriva nas águas,
Could it be finally I'm turning for home?
Poderia ser finalmente, eu estou voltando para casa?
Finally a chance to say: Hey! I love you!
Finalmente uma chance de dizer: Ei! Eu te amo!
Never again to be all alone
Jamais outra vez voltarei a ser só

And you light up my life
E você iluminou minha vida
You give me hope to carry on
Você me deu esperança para continuar
You light up my days
Você iluminou meus dias
And fill my nights with song
E preencheu minhas noites com música

It can't be wrong
Não pode estar errado
When it feels so right
Quando você se sente tão bem
Cause you
Porque você
You light up my life!
Você iluminou minha vida!

quinta-feira, setembro 22, 2005

Reflexos Dali

A Persistencia da Memória, 1931 - Salvador Dali

Verbo que não se conjuga
Sorte que não se cruza
Flor que não desabrocha
Destino que não se cumpre
Felicidade que não aflora
Tristeza que não se afoga
Aguardente que não enerva
Adaga que não rasga
Vida que não vinga
Água que não refresca
Fogo que não queima
Chama que não arde
Amor que não aquece
Memória que não deleta
Reflexos do meu passado

Minha cabeça é uma sala de cinema, minha lucidez é o projetor que reproduz no quadro da memória as histórias que tanto procuro apagar, o acervo que sem querer possuo. Triste vida essa minha, prisioneiro das lembranças que me arrastam por rios de leito caudaloso, no entanto, não sei onde essas águas carregadas me deixarão. Enquanto isso, vou assistindo a longa...longametragem, ficção que mostra como seria a sorte se tivesse arriscado muito do que não tinha para perder, e consequentemente debater nas rochas da corredeira que desagua em lugar algum.

"O Mundo é um lugar ruim, ... Um lugar terrível para se viver, mas eu não quero morrer"
"Reflections Of My Life" - Marmalade

domingo, setembro 18, 2005

Éolo, Brincalhão


Essa é a vista que tenho a partir da janela da cozinha do meu apartamento. Tirei esta foto justamente, na mesma hora, que Éolo fazia graça pelos ares, levantando as folhas dos eucaliptos e os pelos do corpo, desarrumando os cabelos das pessoas na rua e balançando os tecidos estendidos no varal.
Sempre verdes, não importa a estação que vinga, os eucaliptos, os pinheiros, e um punhado de araucárias que formam a paisagem no horizonte e o delineamento das ruas do meu bairro, estão sempre alí, não se sabe desde quando ou até quando, por isso, vale a pena registrar a verdejante paisagem que se desenrola diante dos meus olhos.
Hoje, passando de ônibus por vários bairros e ruas, percebi algo que muito me deixou curioso, nada de muito espetacular nem mirabolante; numa pequena praça, vi uma frágil muda plantada em terreno incerto, e uma frase escrita em tinta no gradado que a cercava: "Plante, que Jesus garante". Bonito, não! A esperança e a fé num ato de amor à natureza!
E os dias estão ficando mais frios, é a despedida do inverno trazendo seus ventos, e as garoas cada vez mais raras, dão o ar da graça nos derradeiros dias da invernal estação.

sexta-feira, setembro 16, 2005

s/t

Redijo cada texto como se fosse o último de uma pequena série de tantos outros que lancei ao vento. Por alguns dias, penso assim, a cada semana que se passa escrevo o derradeiro, encerro minhas memórias e deixo-as partirem. Logo, começo outro, então me dou conta que o fim é sempre o começo para mais um, não existe final, e quando existir nem mesmo eu terei consciência disto. Talvez seja este o último, ou não!

domingo, setembro 11, 2005

Devaneios

thousandimages.com

Um dia desses, como todos os outros, levantei-me preguiçosamente da minha cama quente, a manhã estava envolvida pelas brumas, e tudo exalava um ar misterioso, uma escura manhã de fim de outono anunciava, um dia quente da saudosa estação.
Hoje, manhãs de setembro, quentes auroras que preparam os dias para receber as flores das quais tanto desejamos para apagar a imagem fria dos dias invernais. Junho, julho, agosto, já se foram, agora são páginas arrancadas do calendário, são imagens que aos poucos se desbotam na mente de quem as viveu!
Eu lembro que no frio de agosto, a beleza das primaveras brotava e coloria o cinza que dominava as paisagens entrecortadas por prédios e casas. Se estediam nos muitos muros rabiscados e saturados de pichações e expressões que denotam a falta de interesse na cidade. As primaveras sempre repletas de cores e flores eram as que enfeitavam os dias chuvosos e mal delineados.
O perfume que sinto agora não são os das flores que ainda nem aos menos desabrocharam do ventre de suas entranhas, é o velho cheiro insuportável da memória, mofo e guardado que sobe quando estendo as minhas lembranças sobre um lençol branco de linho, o sol que os esquenta há de queimá-los e reduzí-los à pó, então no alto do prédio que moro, sacudirei-o e dispersarei aos quatro ventos todo o passado que abdico.
Que venham as flores da Primavera e que os ventos nos tragam em suas garras os perfumes do destino.

domingo, setembro 04, 2005

Um amor...

Costa Amalfitana

Io Che Amo Solo Te
Sérgio Endrigo


C'e gente che avuto mille cose Tem gente que tem mil coisas
Tuto il bene tuto il male del mondo Todo o bem, todo o mal do mundo
Il ho avuto solo te Eu só tenho você
E non ti perdero non ti lascero E não te perderei, não te deixarei
Per cercare nuove aventure Para procurar novas aventuras

C'e gente che ama mille cose Tem gente que ama mil coisas
E si perde per lastrade del mondo E se perde pelas estradas do mundo
Io che amo solo te Eu que amo só a você
Io me fermero e ti regalero Eu me quietarei e te darei
Quel che resta della mia gioventu O que resta da minha juventude


A noite já está escura, lá fora o mundo é um berço hostil, as pessoas dormem e sonham com amores e dores, paixões, fulgores, suspiram e acordadas poem-se a divagar, sonhar, com um amor impossível, eterno, que nunca envelheça, que sempre seja o verdadeiro oasis no deserto das areias quentes, que seja doce feito mel de laranjeira em flor, puro e inocente, sem pretensões, frágil feito a flor que trago no coração que já não é mais meu...
E antes de dormir, secar as lágrimas que carregam em si o sabor amargo da tristeza, que desce pelos cantos e morre nas almofadas que sustentam a cabeça pesada de alguém que já se acostumou a viver, sem o doce perfume, que o vento traz, dos teus cabelos.

quarta-feira, agosto 31, 2005

Sem Título

Olá! Há Alguém aí? Eu estou um pouco sumido na internet, na verdade estou sem vontade e sem ânimo para as coisas! Desânimo! Sim, pior que não sei como e nem por onde começar, ou terminar. Estou sempre com um sorriso nos lábios e uma gentileza nos atos, mal sabe Todo Mundo que tenho de matar um leão todos os dias para não mostrar a Ninguém, a radiografia do meu eu interior, pois aquela tristeza que lateja e arranha a garganta numa ansia de gritar rasgando o vento, assemelha-se à uma tarde de sol morno e avermelhado cor de sépia.
As vezes penso que vivo num mundo que não foi feito para mim, ou que eu não fui feito para o mundo em que vivo.

sexta-feira, agosto 26, 2005

Ponte Sobre Águas Turbulentas

...
Bridge Over Troubled Waters Simon & Garfunkel
When you're weary, feeling small,
Quando estiveres cansada, sentindo-se pequena,
When tears are in your eyes, I will dry them all.
Quando as lágrimas estiverem em seus olhos, eu secarei todas elas.
I'm on your site. When times get rough
Eu estou ao seu lado. Quando o tempo estiver ruim
And friends just can't be found,
E os amigos simplesmente não possam ser encontrados,
Like a bridge over troubled waters
Como uma ponte sob águas turbulentas
I will lay me down.
Eu me colocarei
Like a bridge over troubled waters
Como uma ponte sob águas turbulentas
I will lay me down.
Eu me colocarei
When you're down and out,
Quando você estiver na pior
When you're on the street,
Quando você estiver pelas ruas,
When evening falls so hard,
Quando a noite cair duramente,
I will confort you,
Eu confortarei você,
I will take you part
Tomarei conta de você
When darkness comes
Quando a escuridão vier
And pain is all around.
E a dor estiver em toda parte.
Like a bridge over troubled waters
Como uma ponte sob águas turbulentas
I will lay me down.
Eu me colocarei.
Like a bridge over troubled waters
Como uma ponte sob águas turbulentas
I will lay me down.
Eu me colocarei.
Sail on, silver girl,
Navegue, garota de prata,
Sail on by.
Navegue por ai.
Your time has come to shine,
Seu tempo chegou para brilhar,
All you dreams are on their way.
Todos os seus sonhos estão em seu caminho.
Oh, see how they shine,
Oh, veja como eles brilham,
If you need a friend,
Se você precisa de um amigo,
I'm sailing right behind.
Eu estou a navegar bem perto de você.
Like a bridge over troubled waters
Como uma ponte sob águas turbulentas
I will ease your mind.
Eu aliviarei sua mente.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Tired


Se eu disser que eu estou com ânimo para escrever alguma palavra, mesma que seja mal escrita, sem trato fino ou cuidado com a rigorosa Ortografia e a querida Gramática, estarei mentindo se afirmar que tudo que já citei seja verdade! Estou tão cansado, minha mente dá voltas e voltas, não chega a lugar algum, minhas pálpebras relutam em permanecerem abertas. Vou ver se ainda consigo redigir algo antes de pender sobre o teclado.
Noite passada eu tive um sonho, coisa não muito rara, eu estava visitando a Faculdade de Medicina da USP, não conheço o prédio nem o local, era uma construção antiga, assemelhava-se à um hospital, no lado externo do complexo, havia um conglomerado de pessoas diante de um pequeno rio que passava bem em frente a porta da Faculdade, ele era reto e de largura igual em todo o seu comprimento que não era tão extenso assim, bom, as pessoas estavam participando do plantio de uma árvore.
Aproximando-me mais, cheguei a indagar ao homem que estava plantando a muda se a mesma era nativa, e ele me respondeu que não, que não era proveniente de nosso país, novamente eu lhe fiz novas perguntas, questionei se a árvore dava flores ou frutos, ele me disse que não, fiquei revoltado e gritei a todos, de que adiantava plantar uma árvore que não dava flores nem frutos e nem ao menos era de nossa flora, pois o nosso país já estava repleto de salgueiros, ele me falou que não estava plantando aquela espécie, disse-me que talvez a árvore não desse flores e nem frutos, mas ela nos presentearia com a sua sombra, desde então fiquei envergonhado e sem ter o que falar. Daí então, meu sonho tomou outro rumo, como todos os sonhos que são sempre doidos e sem sentido.
Vou dormir e sonhar um pouco mais...

quinta-feira, agosto 11, 2005

Moonlight

Moonlight in Neldoreth Forest

Shadow Of The Moon
Blackmore's Night


À sombra da lua,

Ela dançou
Às luzes das estrelas
Sussurrando a assombrosa melodia
Para a noite...
Saias de veludo fiaram 'rodando e 'rodando
Fogo em seu olhar fixo
Na mata sem um som
Ninguém se importou...
Através dos campos escurecidos e encantados,
Música fez seu pobre coração dançar,
Pensando em um romance perdido...
Muito tempo atrás...
Sentimento solitário, sentimento triste,
Ela chorou no luar.
Dirigido perto de um mundo louco
Ela levantou vôo...
"Sinto nenhuma tristeza, sinto nenhuma dor,
Sinto nenhuma dor, lá nada ganhou...
Amor único então vai permanecer,"
Ela ia dizer.
Sombra da Lua...Sombra da Lua...
Em algum lugar justo além da névoa
Espíritos foram vistos voando
Como o relâmpago conduz seu caminho
A caminho da escuridão...
Sombra da Lua...
...

quinta-feira, agosto 04, 2005

Bichana

Esse povo não me deixa em paz!
Pronto! Ja clicaram? Posso respirar?

Vou apresentar-lhes a coisa mais preguiçosa e peluda que se tem conhecimento, por mim. O nome? Assina por Yasmin, ou melhor, atende, melhor ainda, não atende ninguém, ela é dona do seu próprio nariz, adora Friskies, pão e qualquer tipo de biscoitos, fica me sondando quando coloco leite para mim para ganhar a sua parcela, como toda moça, vai ao banheiro e toma banho periódicamente, gosta muito mais dos meus pais do que de mim, que sou seu dono, pensando bem, não se possui um gato, se conquista a sua confiança! Mas apesar dos pesares, não imagino minha vida sem essa bola de pelo mordendo minha mão, ou dormindo o tempo todo numa caixa velha de sapato, sentirei sua falta quando ela se for, quando se extinguir as suas noves vidas!

domingo, julho 31, 2005

Parnasianismo

O Vaso (sanitário)

Sim, estou vendo-o, candido
Curvilíneo, arte decorativa
Liso, boca grande, confortável
Uma poltrona, não, um vaso

A porta está entreaberta, miro-o
Tiro os óculos, muito admiro-o
Suas faces brancas, lisas esmalte
Dimensão da arte pela arte

No vaso, não aquele do antiquário,
Nele encontra-se água, não flores
Sua base fica ao chão, parafusado
Refiro-me ao dito vaso sanitário!


Bom, nem sei se esta poesia merece uma imagem, na verdade, ela refere-se à uma brincadeira que nós faziamos na escola sobre o parnasianismo, pois nós, simplesmente, odiávamos este movimento literário, e o que só faltava era uma poesia sobre o bendito vaso sanitário, descrevendo em formas e sensações! Não sei se ficou boa, mas pelo menos, agora não falta mais, agora se tem um poema sobre o toilet!

sábado, julho 30, 2005

Mensageiro dos Ventos

Luas de ágata sustentadas
Estrelas de calcedônia penduradas
Presas no firmamento
Movimentam-se ao vento

Eles giram conforme a brisa
Na órbita do universo interior
São translúcidos não opacos,
De pedra polida, finas pastilhas

Quatro luas que minguam
Três estrelas, quinze pontas
Em minha posse sete astros
Cabem na minha palma, todos eles

Lá fora, no alto um sol desponta
Aqui, neste quarto, porta e janela
Abertos para o vento entrar
Sete astros dançam sem parar


quinta-feira, julho 28, 2005

Poesia de Carlos

Carlos Drummond de Andrade
RESÍDUO

De tudo ficou um pouco
Do meu medo. De teu asco.
Dos gritos gagos. Da rosa
Ficou um pouco.
...
Ficou um pouco de luz
Captada no chapéu.
Nos olhos de rufião,
de ternura ficou um pouco
(muito pouco)
...
Pois de tudo fica um pouco.
Fica um pouco de teu queixo
no queixo de tua filha.
De teu áspero silêncio
um pouco ficou, um pouco
nos muros zangados,
nas folhas, mudas, que sobem.
...
Ficou um pouco de tudo
nos pires de porcelana,
dragão partido, flor branca,
ficou um pouco de ruga
na vossa testa, retrato.
...
Se de tudo fica um pouco,
mas por que não ficaria
um pouco de mim? no trem
que leva ao norte, no barco,
nos anúncios de jornal,
um pouco de mim em Londres,
em pouco de mim algures?
no consoante?
no poço
...
Um pouco fica oscilando
na embocadura dos rios
e os peixes não o evitam,
um pouco: não está nos livros.
De tudo fica um pouco.
Não muito: de uma torneira
pinga esta gota absurda,
meio sal e meio álcool,
salta esta perna de rã,
este vidro de relógio
partido em mil esperanças,
este pescoço de cisne,
este segredo infantil...
...
De tudo fica um pouco:
de mim; de ti; de Abelardo.
Cabelo na minha manga,
de tudo ficou um pouco;
do vento nas orelhas minhas,
simplório arroto, gemido
de víscera inconformada
e minúsculos artefatos:
campânula, alvéolo, cápsula
de revólver...de aspirina.
De tudo ficou um pouco.
...
E de tudo fica um pouco.
Oh abre os vidros de loção
e abafa
o insuportável mau cheiro da memória.
...
Mas tudo, terrível, fica um pouco.
E sob as ondas ritmadas
e sob as nuvens e os ventos
e sob as pontes e sob os túneis
e sob as labaredas e sob o sarcasmo
e sob a gosma e sob o vômito
e sob o soluço do cárcere, o esquecido
e sob os espetáculos e sob a morte de escarlate
e sob tu mesmo e sob teus pés já duros
e sob os gonzos da família e da classe,
fica sempre um pouco de tudo.
Às vezes um botão. Às vezes um rato.
...
Fazia tempo que não postava uma poesia qualquer, assim, simples e verdadeira, pois quem não deixa um pouco de si em tudo que faz? Ou não carrega o mundo nas expressões do rosto e nas linhas que marcam a experiência que a vida nos impõe? Carlos Drummond é o poeta brasileiro que mais gosto, pois suas poesias são modernas e se contextualiza em qualquer época, pois são simples e possui valores universais!

terça-feira, julho 26, 2005

Sem Título

Há muito tempo, a alegria simplória agitava a vida de um povo que flutuava no vento cantando o amor, esquecendo por um momento suas mazelas e dando graças a Deus por existir a música, essa fórmula mágica de espantar os males. Saudoso mundo que não foi de meu tempo e que nunca será, pois os homens perderam a simplicidade, a malícia se infiltrou nos corações tornando-os vingativos e arrancando-lhes as pequenas felicidades que sentiam ainda, quando mantiam as portas e janelas abertas, quando atravessavam as noites nas calçadas jogando conversa fora, quando os cafézinhos tomados na casa do vizinho tinham um sabor especial, e quando deixavam os seus filhos brincar pelas ruas...No mundo temos que ter a esperança de que tudo pode voltar a ser como era no tempo em que as pessoas se respeitavam e confiavam no seu próximo.
O homem aprendeu a temer o homem! E o que vemos é uma intolerância arraigada que só leva à discórdia, o que temos no mundo é um extremismo desenfreado que cega as pessoas, fazendo-as perderem a paz aqui dentro, no coração, a verdadeira que tanto desejamos, cegando-lhes a razão e tornando-as calculistas.
Hoje trava-se uma guerra em nome de Deus, as pessoas estão "fanatizadas" pela religião, de fato, mata-se em nome de Deus e, mais uma vez, esquecem que o Criador deu-nos livre arbítrio e a igualdade para todos perante os Seus olhos ... Deus deu-nos a oportunidade de sermos indivíduos e nos ensinou que o melhor modo de vivermos em comunhão é respeitar as nossas diferenças. Digo e sempre vou dizer que o respeito é o sentimento que nos leva ao progresso e a ordem, nessa pequena palavra cabe todos os sentimentos de que sempre precisamos, principalmente a solidariedade.
...
Fico pensando naquele ser humano que por acaso era BRASILEIRO e foi morto com cinco tiros à queima roupa, fico pensando o que aquele elemento BRASILEIRO estava fazendo num país hostil e frio como a Inglaterra, meu Deus, somos um povo tão "sortudo" que nos matam, assim, como se fossemos bichos sendo caçados em alguma selva qualquer, chegamos a um ponto que arrancar vidas virou algo tão banal, como derrubar acácias, por que esta mesma suja a calçada com suas flores amarelas e atrai o barulho dos pássaros, é demais!
Por que sonhar com um paraiso, somos imperfeitos por natureza... talvez seja bobagem imaginar o mundo como descrito no início do texto, são águas que há muito moveram moinhos, elas mesmo já desaguaram no mar e se dispersaram até sua total diluição!

quinta-feira, julho 21, 2005

Para Mim

Parabéns Para Mim!!!!!!!!!! Hehehehehehehe!!!!!!!!!

Mais Um Ciclo


Amanhã
Guilherme Arantes

Amanhã será um lindo dia, da mais louca alegria
Que se possa imaginar, amanhã redobrada a força
Pra cima que não cessa, há de vingar

Amanhã mais nenhum mistério, acima do ilusório
O astro rei vai brilhar, amanhã a luminosidade
Alheia a qualquer vontade, há de imperar, há de imperar


Amanhã está toda a esperança por menor que pareça
O que existe é pra festejar, amanhã apesar de hoje
Ser a estrada que surge, pra de trilhar

Amanhã mesmo que uns não queiram será de outros que esperam
Ver o dia raiar, amanhã ódios aplacados temores abrandados


Por favor troquem o amanhã pelo hoje, e assim, a canção perfeitamente se encaixará na minha realidade, pois hoje se inicia mais uma manhã na minha vida, não simplesmente mais uma aurora, mas hoje se dá inicio a um novo ciclo! Hoje completo vinto anos, 21/07/2005!!!!!!

quarta-feira, julho 13, 2005

Ode To My Family

Cranberries, The
"Unhappiness where's when I was young and we didn't give a damn
'Cause we were raised to see life as fun and take it if we can
My mother, my mother she hold me, did she hold me when I was out there
My father, my father, he liked me oh he liked me, does anyone care"

...

Infelicidade havia quando eu era jovem e nós não dávamos importância”.
Porque nós fomos educados para ver a vida como diversão e levá-la se pudermos
Minha mãe, minha mãe, ela me abraça, ela me abraçou quando eu estava lá fora?
Meu pai, meu pai, ele gostava de mim, oh, ele gostava de mim, alguém se importa?
Tenho que registrar, nem que seja aqui, que não consigo parar de ouvir Ode To My Family, The Cranberries. Creio que já a ouvi, pelo menos dez vezes somente nesta noite! É linda, prima por sua beleza, não tenho muito o que escrever, pois não se tem palavras para definir o momento em que Dolores solta sua voz divina! Não se tem palavras, não muitas, porque os ouvidos não permitem que ao som de Ode, se atrapalhe o desenrolar de sua execução!

domingo, julho 10, 2005

Cavalleria Rusticana

Nesta tarde fria de domingo, o Inverno chega para nos arrepiar do alto da cabeça à planta dos pés, o frio entra sem ser convidado e atravessa qualquer brecha que possibilite a sua estadia, me encontro enrolado no edredom, que me serve de capa contra o sinistro e gelado vento que se aproxima, e enquanto vos escrevo com mãos trêmulas e de pelos em pé, ao mesmo que tempo que redijo este texto, algo muito bom está a mexer com a minha alma, algo que invade os ouvidos e chega até o mais profundo abismo do coração. Por um momento meu maior desejo é fechar os olhos e deixar que minha imaginação atravesse os limites do tempo e percorra o túnel que me leve a algum lugar do passado, mas ao fazer isso perderei toda a noção do presente e não poderei registrar os momentos de grandeza de minha alma. Pois bem, enquanto as palavras ganham forma e vida nesta tela virtual, a minha mente já vagueia pelas auroras da vida, olhando as estrelas que são senão os espectros de um passado longínquo.
... Parei por um minuto e cerrei as pálpebras... Ao abrir os olhos tudo voltou como era há muitos longos anos, não mais estava eu diante da caixa do futuro redigindo palavras virtuais, não mais mirava da janela de ferro a paisagem de um dia Invernal do século vinte e um, no décimo dia do sétimo mês do ano vindouro de dois mil e cinco, não mais ouvia, num fone vívido e pulsante a mesma música que agora a percebo em um fantasmagórico espírito do som, trazido para mim com o vento marítimo deste lugar distante no tempo.
Agora nem sei mais o meu nome, não sei quem sou, ou o que estou fazendo neste lugar que traz o romantismo marcado nas antigas árvores que solitárias crescem há muitos séculos nas colinas que cercam a vila que me encontro, trazem consigo monogramas de casais apaixonados que sob suas copas juraram amores para além da eternidade, agora me encontro neste lugar que me faz querer ficar para sempre nestas paragens diferente de tudo o que os meus olhos jamais viram.
Não mais confuso no vagar da minha mente insana, os meus olhos não podem me iludir quanto ao que estou vendo e sentindo, eles não podem enganar a minha mente, sei que desde então estou perdido no passado, perdido talvez não, talvez eu tenha me encontrado e agora já não mais chorarei como se fosse um estranho no ninho, como alguém que perdeu o rumo e em meio à forasteiros não consegue achar o caminho para casa. Escrevo e escrevo sem parar, para não esquecer de registrar o momento no qual vivo agora.
A alcova em que me encontro me aparece um tanto desprovida de luz, talvez não fosse o frio lá fora eu abriria a velha janela de madeira que mira a vista das colinas azuladas no horizonte, o único calor que sinto aqui dentro é o que provem da lareira que abraça todo o ambiente aconchegante com o seu calor abrasivo, duas velas de sebo me iluminam o papel e a pena que me servirão de testemunhas da jornada que trilharei em suas páginas, minha vida agora se resume nestas linhas que surgem aos poucos na timidez das minhas mãos, na frialdade do Inverno, grande senhor que castiga àqueles que tanto gozaram da vida no verão de suas vidas, sim escrevo a história que talvez seja a minha verdadeiramente, o marco que iniciou a volta da minha alma para a sua verdadeira aurora.
A sinfonia, ainda a ouço, o som que cativou os meus ouvidos, sim lá está ela, vagueando pelos ares, sendo executada em algum teatro, a ópera está animando os presentes espectadores, sim ela pode chegar até a mim, mestre Mascagni é um gênio e tanto, Cavalleria Rusticana, que bela música, que melodia, posso sentir as notas sendo abafadas pela madeira pesada que sufoca o som que polidamente chega até a mim, se não fosse o malvado Inverno eu abriria a janela e deixaria a música invadir o meu quarto escuro, neste sobrado em uma rua marginal qualquer. Como o Inverno é gelado e frio, não tem vida nem calor, não amolece ao som da melodia e abafa a sinfonia que lhe é demasiadamente desconhecida.
De repente as notas batem na janela do quarto, pedem, imploram para que eu as deixe entrar, o vento as joga contra as paredes e elas choram, apaixonado pela canção, um grande sentimento de amor e compaixão se apossa de mim, não mais podendo resistir, minhas mão abrem as pesadas madeiras de lei, o vento invade todo o interior e as notas entram e acham abrigo na alcova que é minha alma. Com os olhos cerrados e sem noção do espaço, ao som da sinfonia que é em si a magia que me toma por um escravo, danço consigo, feito um louco grito de êxtase, esqueço mais uma vez onde estou, como estou, esqueço quem sou, mesmo não sabendo quem realmente sou.
A música termina, a ópera se dispersa nos últimos tons pelo vento austral, quando me dou por mim, tudo está acabado, cessou o fogo da lareira que me fornecia calor, as páginas que escrevia com tanto zelo, se fora com o vento, a música terminara e deixara consigo a solidão e o estrago, o vento arrancou tudo de mim, até a sanidade. Lutando com todas as forças, fecho a janela, o cansaço me vence e adormeço na escuridão do comodo frio...

...

O barulho insuportável do relógio despertador me acorda e de volta a realidade estou em mim. Percebi que tudo não passara de um sonho, tão cansado estava que acabei dormindo em cima do teclado do computador, acordei assustado e com dor de cabeça, pensei, talvez tudo tenha sido uma viagem que trilhei até os mundos que povoam a minha alma, às terras do meu coração, tudo tenha sido a viagem ao interior da minha existência...

domingo, junho 26, 2005

Feliz São As Crianças

Taken by Aurel Duta - Romania

Amigo do Sol, amigo da Lua
Benito Di Paula

E ê criança presa ê, brinquedos de trapaças
Quase sem história pra contar
Você criança tão liberta me tire dessa peça,
E assim ter história pra contar

Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
Em cantos cantigas canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar

Estrela que brilha em meu peito e me leva pro céu
E Em cantos cantigas canções de ninar
Me deixa no galho no galho da lua
No charme do sol pra me despertar

Vem amigo nadar nos rios
Vem amigo plantar mais lirios
No vale no mato e no mundo vamos brincar

Vem amigo nadar nos rios
Vem amigo plantar mais lirios
No vale no mato e no mundo vamos brincar
...
Ah, se eu tivesse a oportunidade de ser criança novamente, como eu brincaria, me cansaria muito mais de tanto ser criança, jogaria o mundo para o alto como a uma bola de soprar, sairia correndo pelas ruas tomando banho das bicas que escorrem as águas da chuva, faria as amizades mais sinceras. Ah, se eu soubesse o quão eram gostosos os dias da minha infância, certamente teria vivído muito mais a vida sem preocupações, livre de qualquer angústia ou tristeza, viveria sem ter que carregar o peso da vida e tratava da mesma como se fosse uma eterna juventude!

sábado, junho 25, 2005

Retrato em Branco e Preto

Esta é a estrada estreita e longa pela qual trilharei neste inverno, um caminho que durará até a chegada da colorida primavera. As árvores já desprovidas de folhas pendem sobrecarregadas com o peso dos flocos de neve, que mais parecem algodão, seus raminhos são agora galhos secos e escuros, castigados pelo frio invernal, assim formam a alameda que margeia a comprida estrada que dará em lugar algum.
Os ventos do sul trazem consigo os mistérios dos quais procuro compreender, da vida escondida das minhas vistas, concebidas no ar do inverno, tráz o frio para me queimar o rosto, deixando-a vermelha e ressequida, arrancam-me lágrimas, não de sentimentalismos mas, de proteção aos olhos agredidos pelas fortes lufadas dos ventos invernais, os mesmos que trazem consigo a força para fazer brotar das árvores as folhas arrancadas no outono passado, conservando a vida e a vitalidade das coisas.
Sigo a estrada sem vontade e sem ânimo, os dias de inverno são compridos e rotineiros, a estrada me parece duas vezes maior do que a mesma no verão, com a graça da paisagem que se estende pelas colinas que são cortadas pela a alameda, na estação que vinga, tudo parece um retrato em branco e preto.
Mas... ouvindo a música da natureza, orquestrada pelos bichos que se escondem do frio, do ranger de dentes, das lufadas dos ventos que transpassam as árvores arrancando-lhes os seus gemidos, como se fosse um violino, ouvindo esta sinfonía, verdadeira rapsódia do ambiente frio e cinza, vou seguindo a pequena estrada comprida em busca da primavera que um dia baterá à porta e me mostrará um mundo colorido e perfumado.
Enquanto isso vou aproveitando o inverno da melhor forma possível...

segunda-feira, junho 20, 2005

Véspera de Inverno

Hoje o dia esteve tão frio e chuvoso, e tudo o que eu pensava quando estava no trabalho era exatamente não estar alí naquele momento. Eu imaginava, ou melhor, eu podia sentir o suave toque do edredon cobrindo o corpo confortávelmente alojado numa cama macia, para dar um clima bem de inverno, um chocolate fumegante embaçava as lentes dos meus óculos, sim eu uso óculos apesar de não enxergar grande coisa, um charme a parte, bom, mas voltando à manhã de véspera de inverno, o chocolate, posso sentir, levemente adocicado descendo pelas vias da garganta, amaciando cada tecido e aquecendo com o seu vapor toda a massa corpórea, além de todo esse ritual invernal, porque não uma televisãozinha? Seria o quadro perfeito para uma manhã fria! Ah! Como é bom sonhar os sonhos que são rea(lizave)is, e imaginar as coisas mais simples, que na verdade são as mais difíceis de acontecer.
Isso me lembra a pequenina fábula da Formiga e da Cigarra, ambas se deram muito em determinadas estações do ano, mas qual das duas foi mais feliz? A cigarra cantante que viveu o verão intensamente, alegre e feliz a cantar, ou a formiga trabalhadora que passou todo o verão labutando árduamente pensando no seu conforto em tempos de frio e neve? Na verdade, não existe resposta correta, pois cada um sabe qual é a sua verdadeira razão de ser, quando chegou o inverno a cigarra penou os seus tempos de cantoria e lamentou não ter seguido o exemplo de sua colega, já a formiga, quando ainda era verão tinha vontade de sair por aí vivendo sua vida sem preocupações e responsabilidades, mas de certo modo ela sofreu um pouco, privou-se das gostosuras do verão para poder gozar de abundância na época mais dura do ano, o enregelado inverno! Qual foi mais feliz das duas?
O que é melhor? Viver a vida intensamente, fugir das preocupações e responsabilidades, pensar sempre no agora e achar que o futuro é o futuro, pois a vida é um breve instante, tudo isso em busca do seu bem estar pessoal, para depois na tristeza e na amargura chorar os dias vividos com tanta jovialidade e lamentar-se por sua situação precária, ser como a Cigarra dos contos populares? Ou, o melhor, é planejar seu futuro, trabalhar, criar responsabilidades, saber valorizar o seu trabalho para quando chegar os dias vindouros, olhar para trás e ver o quanto você foi privado das suas vontades, mas afinal, valeu à pena tanto esforço, pois seu conforto e felicidade é resultado do trabalho da sua vida, fruto da sua luta diária, seguindo assim o exemplo da pequena Formiga, que era grande nas suas atitudes?
Recordei-me deste conto por que ao mesmo tempo queria ter a felicidade da Cigarra no verão e o conforto da Formiga no Inverno, mas como seria exigir demais da natureza, prefiro ser como a Formiga no verão, trabalhar muito, para um dia ter um inverno mais prazeroso!

quinta-feira, junho 16, 2005

Junho


Junho - Alceu Valença

Eu sei que é junho, o doido e gris seteiro,
Com seu capuz escuro e bolorento
As setas que passaram com o vento
Zunindo pela, noite no telheiro.

Eu sei que é junho, esse relógio lento,
Esse punhal de lesma, esse ponteiro,
Esse morcego em volta do candeeiro
E o chumbo de um velho pensamento

Eu sei que é junho, o barro dessas horas
O berro desses céus, ai, de anti-auroras
E essas cisternas, sombra, cinza, sul

E esses aquários fundos, cristalinos
Onde vão se afogar mudos meninos
Entre peixinhos de geléia azul
...
Maio foi se embora, partiu sem deixar boas lembranças, foi-se assim como veio, do nada, quando dei por mim já era junho, o mês que marca a metade dos 365 dias que formam um ano, esse intervalo de tempo que perdura por 30 dias. E eu sei que o é, não pelos ventos que passam zunindo pelos telhados à noite, ou quando o inverno bate na porta sem ao menos perdir licença para entar, eu sei que é junho por causa das manhãs frias com seus dias quentes, por causa dos morangos que frutificam neste clima frio de início de inverno, dos caldos e dos chocolates que nos aquecem por dentro, e por causa das finas malhas que preparam o nosso corpo para a árdua estação que irá vingar para valer nos meses sucessores.
Já se passou mais da metade do mês, e eu onde estava todo este tempo? Sonhando, dormindo, hibernando, pensando e pensando, no quê? Seria muito bom saber, pois meus pensamentos existem à medida que deixam de existir! Pois bem, que o que restar de junho venha ser maravilhoso, já o que passou não posso ter esta mesma idéia.
Faz tempo que eu não posto nada aqui no blog, também, não ando com muita paciência para a internet estas últimas semanas, estou trabalhando mais, pois passei para outro setor na empresa, o que exige mais de mim. Hoje resolvi roubar das horas do meu sono, um pouco de bocejos e espreguiçamentos, mas mesmo assim querido blog não te deixei largado, creio que pensastes que te abandonei, mas como vês, não!

quarta-feira, maio 25, 2005

Falling Rain

Rainyday
The Cascades
Rhythm Of The Rain

Listen to the rhythm of the falling rain
Telling me just what a fool I´ve been
I wish that it would go and let me cry in vain
And let me be alone again

The only girl I care about has gone away
Looking for a brand new start
But little does she know that when she left that day
Along with her she took my heart

Rain please tell me know does that seem fair
For her to steal my heart away when she don´t care
I can´t love another when my heart´s somewhere far away

The only girl I care about has gone away
Looking for a brand new start
But little does she know that when she left that day
Along with her she took my heart

Rain won´t you tell her that I love her so
Please ask the sun to set her heart aglow
Rain in her heart and let the love we knew start to grow

Listen to the rhythm of the falling rain
Telling me just what a fool I´ve been
I wish that it would go and let me cry in vain
And let me be alone again

Oh listen to the falling rain
De verdade, eu queria ser como esta música que entra pelos ouvidos e faz-se ser ouvida, toca-nos suavemente e, por um momento, como uma chuva de verão, rega tudo e renova a vida, reacende as paixões arrebatadoras e as vidas que há pouco desanimadas e castigadas pelas agruras da sorte, renascem e abrem os olhos para o amor e a felicidade. Assim, muitas coisas esquecidas são achadas ouvindo os pingos de chuva que caem ao chão, muitas lembranças retornam, pelo menos uma vez mais, pálidas, resurgem doces e saudosas, como os amores que vivemos em adorável paixão, e hoje... são melancólicos e saudosos, doces e ternos.
P.S. Adoro esta imagem!

segunda-feira, maio 23, 2005

Pequena Fonte


Em algum lugar de uma floresta perdida no tempo, entre as descendentes das antigas árvores do bosque sagrado, seculares pela idade e pelo bolor de suas antigas matronas, acalentada pelas rochas seixosas, lisas e lodosas, corre um pequeno ribeirão de águas verdes, de cor tão intensa que assemelha-se ao tom formoso das esmeraldas. Em um declive no solo sagrado da floresta, ele desce em uma pequena cachoeira, formando uma verdadeira fonte de águas de refrigério.
Sob as águas de esmeralda, no escurinho do bosque de intensa vida, quando o halo de luz que vem do sol lá no alto do universo, chega muito palidamente até a atmosfera aconchegante da floresta, neste cenário de intensa magia venho saciar a busca pela fonte de água viva que jorra dos brotões da terra, em jatos caudalosos eu me banho com a água que desce em desalinho e molha a minha fronte fatigada, sinto-me adentrar um mundo espiritual, numa terra repleta de águas de uma pureza mágica, que hidrata a alma e limpa os poros da pele que como uma camisa, reveste a alma que em mim me dá vida aos movimentos.
Na mata verde, esmeraldina, busco um conhecimento e um prazer do qual necessito, a inspiração que me vem de dentro jorra como as águas que corre no leito do ribeirão, um verdadeiro templo em consagração ao Deus que tudo fez, é a glória que se mostra tão pequenina nos domínios do pequeno Éden, tudo vem mostrar que há grandiosidade em tudo que vem do interior, do líguido aquoso que surge do solo, ao verde luminoso das roupagens das árvores seculares do pequeno templo.

terça-feira, maio 17, 2005

Somerset Maugham

"É difícil caminhar sobre o afiado fio de uma navalha: do mesmo modo, diz o sábio, é difícil o caminho da felicidade".
Katha-Upanishad

O livro tem por protagonista Larry Durrel, jovem tradicional da burguesia americana de sua época, tal personagem é retratado em um dado momento de sua vida quando o mesmo sofre por uma crise existêncial, após sofrer o impacto da participação da Guerra, o jovem procura pelas respostas de suas questões em diversas filosofias, livros, estudos, religiões e tratados, correndo em busca daquilo que se torna crucial para si, a razão que explique num todo a existência. O jovem Larry, renega a certeza de uma vida promissora, um emprego estável, um casamento bem sucedido, amigos e os costumes de uma vida confortável, sempre buscando uma reflexão que possa explicar a existência do seu eu. Com a cabeça cheia de planos e idéias, ele viaja pela Europa, passa por todos os tipos de experiências de vida, e finalmente chega na Índia, e nos confins das montanhas do Himalaya, ao nascimento de mais um dia, sob o céu em suas cores acalentadoras, descobre que as coisas, ou melhor, a vida e a existência, são simplesmente do modo que o são, não importando quais são os seus principios, influências, individualidades, etc. "Qualquer explicação, crença ou teoria que você tenha não vai influir sobre o porquê das coisas serem assim. A vida flui em cada ser.

"O jovem Durrel, volta dos confins da Índia para reencontrar a mulher que ama casada com outro, os amigos trilhando caminhos que não levam ao sucesso. Conhece ele próprio a infelicidade, aprende que o máximo possível é mostrar a alguém uma porta, mas não se pode obrigá-lo a entrar. Vê que tudo muda, mas nada realmente se perde. Por trás do curso dos acontecimentos que se sudedem há a mão do Absoluto.

Somerset Maugham era um inglês que percorreu todo o Império Britânico e relata a história em primeira pessoa, como testemunha ocular da trajetória de Larry. Nesta condição, interroga-o sobre a evidência de que a conclusão apresentada por ele sobre o fluxo eterno e imutável da vida, afinal, também é, dentre várias outras, apenas mais uma teoria. Larry responde que sim. Lógica e incoerência são também partes interdependentes do Todo."
O bem e o mal, partem de um mesmo princípio, cabe a nós escolher qual caminho trilhar.
Vale a pena conferir esta leitura do grandioso mestre da literatura contemporânea, Somerset Maugham...

sábado, maio 14, 2005

Pensamento

Às vezes eu paro um pouco para pensar, é triste parar para refletir, pensando melhor, pode até ser penoso, mas isso não quer dizer que seja ruim, pois é aí que fazemos uma análise de tudo que temos feito, do que nos falta fazer, das coisas que ainda podem ser resolvidas, e das que já não tem mais solução.
Traçar planos é bom, melhor ainda seria se os concluíssemos, ou se pelos menos tentássemos, é tudo muito complicado essa história de planejar, muitas idéias acabam se esvaindo aos poucos, pouca coisa resta do que foi já esquecido na nossa mente, e um dia retornaremos à idade aonde éramos jovens e com muita angústia nos virá à mente os sonhos e os planos que tanto fizemos ao sonhar com o futuro.
Hoje meu objetivo é conseguir um emprego melhor, que não trabalhe aos sábados e nem aos feriados, que tenha um bom salário, oportunidades de crescimento profissional, e que principalmente tenha um horário fixo para que eu faça uma faculdade de Biblioteconomia, tudo isso resume-se em uma única palavra: estabilidade.
Me vem outro pensamento à mente, à medida que crescemos nossos sonhos vão ficando cada vez menores, outrora eu pensava em ser um dentista famoso, ter um consultório bonito na rua principal da cidade, ver meu nome numa placa pendurada na parte externa da clínica, e ajudar muitas pessoas a ter um belo sorriso. Lógico que quando a gente é criança pensamos um monte de coisas, assim como dentista, quando eu ainda era um pequeno fedelho, eu sonhava em ser astronauta, médico terapeuta, geólogo e etc, tudo com muita fantasia.
Hoje apenas o que restou dos meus sonhos de outrora foi a doce lembrança do mundo da infância. Foram-se apenas sonhos que são meras ilusões e desejos do coração, ficaram objetivos que são reais e de realização satisfatória, esta é a opção que temos de enfrentar de hoje em diante.