quinta-feira, junho 16, 2005

Junho


Junho - Alceu Valença

Eu sei que é junho, o doido e gris seteiro,
Com seu capuz escuro e bolorento
As setas que passaram com o vento
Zunindo pela, noite no telheiro.

Eu sei que é junho, esse relógio lento,
Esse punhal de lesma, esse ponteiro,
Esse morcego em volta do candeeiro
E o chumbo de um velho pensamento

Eu sei que é junho, o barro dessas horas
O berro desses céus, ai, de anti-auroras
E essas cisternas, sombra, cinza, sul

E esses aquários fundos, cristalinos
Onde vão se afogar mudos meninos
Entre peixinhos de geléia azul
...
Maio foi se embora, partiu sem deixar boas lembranças, foi-se assim como veio, do nada, quando dei por mim já era junho, o mês que marca a metade dos 365 dias que formam um ano, esse intervalo de tempo que perdura por 30 dias. E eu sei que o é, não pelos ventos que passam zunindo pelos telhados à noite, ou quando o inverno bate na porta sem ao menos perdir licença para entar, eu sei que é junho por causa das manhãs frias com seus dias quentes, por causa dos morangos que frutificam neste clima frio de início de inverno, dos caldos e dos chocolates que nos aquecem por dentro, e por causa das finas malhas que preparam o nosso corpo para a árdua estação que irá vingar para valer nos meses sucessores.
Já se passou mais da metade do mês, e eu onde estava todo este tempo? Sonhando, dormindo, hibernando, pensando e pensando, no quê? Seria muito bom saber, pois meus pensamentos existem à medida que deixam de existir! Pois bem, que o que restar de junho venha ser maravilhoso, já o que passou não posso ter esta mesma idéia.
Faz tempo que eu não posto nada aqui no blog, também, não ando com muita paciência para a internet estas últimas semanas, estou trabalhando mais, pois passei para outro setor na empresa, o que exige mais de mim. Hoje resolvi roubar das horas do meu sono, um pouco de bocejos e espreguiçamentos, mas mesmo assim querido blog não te deixei largado, creio que pensastes que te abandonei, mas como vês, não!

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