segunda-feira, maio 23, 2005

Pequena Fonte


Em algum lugar de uma floresta perdida no tempo, entre as descendentes das antigas árvores do bosque sagrado, seculares pela idade e pelo bolor de suas antigas matronas, acalentada pelas rochas seixosas, lisas e lodosas, corre um pequeno ribeirão de águas verdes, de cor tão intensa que assemelha-se ao tom formoso das esmeraldas. Em um declive no solo sagrado da floresta, ele desce em uma pequena cachoeira, formando uma verdadeira fonte de águas de refrigério.
Sob as águas de esmeralda, no escurinho do bosque de intensa vida, quando o halo de luz que vem do sol lá no alto do universo, chega muito palidamente até a atmosfera aconchegante da floresta, neste cenário de intensa magia venho saciar a busca pela fonte de água viva que jorra dos brotões da terra, em jatos caudalosos eu me banho com a água que desce em desalinho e molha a minha fronte fatigada, sinto-me adentrar um mundo espiritual, numa terra repleta de águas de uma pureza mágica, que hidrata a alma e limpa os poros da pele que como uma camisa, reveste a alma que em mim me dá vida aos movimentos.
Na mata verde, esmeraldina, busco um conhecimento e um prazer do qual necessito, a inspiração que me vem de dentro jorra como as águas que corre no leito do ribeirão, um verdadeiro templo em consagração ao Deus que tudo fez, é a glória que se mostra tão pequenina nos domínios do pequeno Éden, tudo vem mostrar que há grandiosidade em tudo que vem do interior, do líguido aquoso que surge do solo, ao verde luminoso das roupagens das árvores seculares do pequeno templo.

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