quinta-feira, maio 05, 2005

Divagação...

Quanta nostalgia, quanta saudade, a noite fria mais me parece uma sala de cinema vazia e sem vida, sem a magia e a emoção de outrora, sem a luz do projetor e sem qualquer calor humano...
Filme triste, na tela se via o cenário de um antigo amor, uma chama que havia se extinguido assim como foi originada, com intensidade, num intervalo de tempo ínfimo, inesquecível como uma sensação que nunca mais será sentida, uma paixão quente, ao mesmo que arrasadora, fiel. Simplesmente, amantes perfeitos por um tempo determinado enquanto durar a luz do projetor.
Os atores viviam seus personagens, eles se confundiam com os próprios, suas paixões por um instante eram as mesmas, seus gostos e classes também, os artistas ali presentes viviam conflitos como se fossem seus por realidade, choravam as sinas de seus personagens, moravam em cenografias, não se indumentavam, se vestiam, não riam somente, gargalhavam, não amavam, ardiam sob o fogo do desejo, porque mais do nunca, antes de serem artistas eram humanos, não estreavam, viviam, não dialogavam, decoravam a fala, enfim, atores e atrizes sabiam separar as suas muitas facetas e dar-lhes a vida. Negando-se um pouco.
São os verdadeiros artistas aqueles loucos que se esquecem de si mesmos e dão razão aos personagens que desempenham o papel principal em sua existência.

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