domingo, maio 01, 2005

Tão Somente Só

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Por que me deixaste tão só nesta alcova escura
Não enxergo mais a tua silhueta de escultura
Desenhada na vermelhidão do reposteiro ao canto
Deixar-me-ás louco, se não já o sou, um insano.
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Tu eras o halo de luz que se desprendia como uma vela
No escuro da noite vadia, tomavas-me por um amante
Na aurora que ao dia precedia eras a mim que velava
Por que só me deixaste, tão somente nesta fria cela?
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Outrora eu era o teu insaciável amante à antiga
Hoje eu sou somente um menino carente e só
Roubastes-me a ingenuidade e o sorriso faceiro,
Aterraste-me no peito uma dor, um tiro certeiro.
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Ainda vejo espectros duma noite fria de agosto
Quando os nossos corpos suados formavam um elo
E o fogo do nosso amor consumia o pequeno castelo.
Com um misto de alegria e tristeza ainda o recordo.
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Porém de nada me valeu aquele amor, meu e teu.
Agora estou só! E o que importa as tuas carícias
Hoje choro, não de tristeza ou de paixões antigas,

Mas, para que ainda pulse o coração no peito meu.
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Por Kleiton Camargo Rodrigues do Nascimento

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