Autumn

Autumn On A Little River - Adam Alam Photography

O pequeno riacho entrecorta a floresta temperada, é outono, as folhas das árvores debruçadas sobre o rio, caem em desencanto sobre o mesmo, suas águas hão de comportar por toda a estação estas mesmas que sucumbem, velhas e amarelecidas pelo tempo. O rio as leva para lugar algum, ele as induz à viagens por toda a sua extensão, mas antes mesmo de se entregarem ao mar, bem distante daquela pequena floresta, apodrecem em suas águas, desmancham-se diante do atrito causado pelo rolar infindo do caudaloso riacho, debatendo-se em seixos, polidos pela eternidade esquecida do tempo. Pois, é Outono.
É nessa época que as cores ganham uma nova tonalidade, os dias são agraciados com poderosas brisas, logo pela manhã o sol com a sua morna fonte de calor vem nos mostrar um céu azul em toda a sua extensão, a noite nos revela muito mais estrelas, e constelações inteiras vem nos encantar, o céu se mostra magnâmico e suspende em sua extensão um verdadeiro lustre de estrelas de cristal. O outono chega de mansinho para lá de meados do mês de março, ele vem para renovar a vida, para preparar a natureza ao duro inverno que chegará logo após.
O vento agora anuncia a sua chegada, derrubando as folhas mortas das árvores o outono vem com tudo, sacudindo a superfície da terra ele levanta a poeira acumulada pela estagnação do verão, virá com majestosa autoridade de senhor das boas colheitas, anunciando a época mais farta do ano, a hora de colher as frutas, pois essa é a estação de amadurecer os frutos.
Mas... lá no fundo da floresta encantada entrecortada por um pequeno rio, que tem como função a de levar em seu fluxo as velhacarias das mais antigas moradoras de Broceliande, as árvores seculares que ano após ano renovam-se no outono, elas resumem tudo o que esta estação tem para nos dar, a renovação de nossa alma e espírito, através da reflexão, quando nos sacudimos e deixamo-nos cair tudo o que é "velho" e "antiquado". Viva o Outono, viva a vida e sua outonal seara...