sexta-feira, abril 08, 2005

Nos Resta Uma Esperança


Foto: Lágrimas da Natureza


© 2005 - Rui Santos


Rogo aos pingos de chuva que caiam e traga a vida!

Há tempos que não os sinto, quando romperão?

Tão logo meu coração secará, tornar-se-á uma rocha
Então será tarde demais, porém tão cedo o é!

...
Passo as madrugadas a chorar minha sina

Pela Aurora vagueio em plena neblina

Quando vem o sol durmo, exausto e só

E noto sentir um calor desatar na garganta um nó.

...
Então grito, esperando que se saia algum som

Sinto-me sendo rasgado pela angústia,

Enxergo a noite, embaraçado pelas lágrimas

Vivo a vida, dura e áspera sem quaisquer rimas.

...
Enfim, acordo na desiludida solidão da noite fria

E um fluxo sinto correr por entre as minhas vias

Remexe-me a garganta num brado iminente

Afinal posso rasgar a dor num grito estridente.

...

E eis que chove, grossos pingos de uma chuva morna

Eles refrigeram minha vida tão vazia

Tenho a esperança de que floresça em meu coração

Um amor e flores, uma paixão e rosas, e poesia.

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